Márcio Bernardes Titulo
O que está ocorrendo com as mulheres?

Duas equipes brasileiras estão decepcionando aqui em Londres, a do basquete e do vôlei

Especial para o Diário
03/08/2012 | 00:00
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Duas equipes brasileiras estão decepcionando aqui em Londres. De uma delas, o basquete feminino, pouco se esperava. Com técnico inexperiente e desconhecido e falta de critério administrativo, antecipadamente já se dizia que não seria possível disputar medalhas.

As derrotas para França e Austrália foram consequência disso e de equipe limitada tecnicamente. Essa é a verdade: nosso time é fraco.

O vôlei feminino é diferente. Campeão olímpico em Pequim, o grupo de José Roberto Guimarães veio defender o ouro aqui em Londres. Estreou com dificuldades contra a Turquia, mas venceu. Depois tomou um baile dos Estados Unidos, jogando abaixo da crítica. Quando se esperava recuperação contra a Coréia do Sul, tradicional freguês brasileiro, outra derrota e acachapantes 3 a 0.

Nas rodas de jornalistas algumas teses são levantadas. Uma que parece prevalecer diz que mulher é muito inconstante emocionalmente e essa tem sido a principal razão de nossas meninas do vôlei e basquete decepcionarem até agora.

Pode-se até aceitar a fragilidade emocional de mulher, mas em um caso ou outro. Nunca de forma institucional.

Se essa tese prevalecesse como explicaríamos medalhas de ouro conquistadas por Maurren Maggi, em Pequim, e Sarah Menezes aqui em Londres? Ou até a do próprio vôlei feminino há quatro anos?

É indiscutível que não é fácil lidar com a mulher-atleta. Mas também não se pode negar que quando há competência e confiança as conquistas acontecem.

As feministas também poderiam alegar que esse comentário é machista. Por que não se fala também sobre os times e atletas masculinos quando perdem?

A verdade é nua e crua: nossas equipes femininas de basquete e vôlei, pelo menos para o atual estágio olímpico, são fracas.

Comentários olímpicos

O jogo de basquete masculino entre Brasil e Rússia (74 a 75) está sendo considerado o melhor até agora na Olimpíada. Melhor até que França e Argentina, que, aliás, foi também um jogão. A Rússia ganhou nos últimos quatro segundos, mas a equipe de Rubén Magnano deixou ótima impressão. Agora é ganhar da China.

A China lidera o quadro de medalhas, mas quando começarem as provas de atletismo é grande a chance de os Estados Unidos subirem um pouco mais. É provável que os asiáticos fiquem à frente no fim da Olimpíada, como aconteceu em 2008, mas o que deve ser ressaltada é a diferença de conquistas dessas duas nações para as demais. A terceira colocada Coréia do Sul tem menos da metade de medalhas de ouro.

Mayra Aguiar, a nova medalhista brasileira, apareceu no Pan de 2007. Em Pequim perdeu na primeira disputa. Mas fez belo trabalho neste ciclo olímpico e agora ganhou o bronze. A gaúcha poderia até levar o ouro, mas a norte-americana Kayla Harrison, sua grande adversária nos últimos tempos, foi melhor.

Não vai ser fácil, não!

Mano Menezes, quebrando o exagerado otimismo para fácil vitória brasileira sobre Honduras.

"A gente tem de matar um leão por dia. Às vezes dois".

Mayra Aguiar, a nova medalhista brasileira no judô.

"Nossa dupla joga junto apenas há um ano. Mas nos entendemos muito bem".

Ricardo, parceiro de Pedro, do vôlei de praia.

"Precisamos ganhar logo mais algumas medalhinhas".

Membro do COB, incomodado com as parcas conquistas brasileiras.

Toque final

Diferentemente do que se imaginava até a semana passada, tem sido muito eficiente o policiamento na Londres olímpica. A empresa contratada pelos organizadores, que dez dias antes de começar o evento disse que não teria condições de atender às demandas e exigências estipuladas em contrato, não está tendo sua incapacidade notada.

O governo inglês disponibilizou 3.500 soldados, que estão espalhados pela cidade e por todas as arenas olímpicas. Também com ótimo sistema eletrônico de fiscalização, nada passa despercebido.

Isso tudo sem falar nas diversas autoridades e convidados especiais que estão por aqui com proteção especial. Milhares de voluntários foram orientados para informar a polícia sobre qualquer coisa estranha.

Em todas as estações do Metrô o sistema de som alerta os passageiros para também ajudar as autoridades informando qualquer anormalidade.

Olimpíada, ainda mais em Londres, é prato cheio para terroristas. Mas, felizmente, por aqui, nada de anormal ocorreu.

Márcio Bernardes é âncora da rede Transamérica de Rádio e professor universitário. www.marciobernardes.com.Br




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