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Israel anuncia destruição de casas de palestinos em Rafah
Por Do Diário OnLine
Com AFP
14/05/2004 | 09:47
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A rádio oficial israelense anunciou nesta sexta-feira a decisão do governo Ariel Sharon de destruir centenas de casas de palestinos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, perto da fronteira egípcia. A medida é uma retaliação à morte de cinco soldados no local, na quarta-feira passada.

O Exército israelense recebeu autorização do primeiro-ministro Ariel Sharon para "ampliar" o corredor denominado 'Filadélfia' (que se estende ao longo da fronteira com o Egito) e destruir futuramente "centenas de casas" situadas no setor, acrescentou a rádio, acrescentando que Israel se encarregará de encontrar alojamento para os palestinos que forem evacuados.

"É uma medida de legítima defesa, pois trata de garantir uma melhor proteção de nossos soldados, que não devem ser alvo de disparos, além de impedir o contrabando de armas, morteiros e foguetes por túneis entre o Egito e a Faixa de Gaza", explicou uma fonte do conselho de defesa de Israel.

Por sua parte, a Autoridade Palestina qualificou de "grande catástrofe" o projeto israelense de destruir centenas de casas em Rafah e apelou à comunidade internacional que impeça a concretização desse plano.

"Destruir essas casas será uma grande catástrofe para nosso povo. É extremamente grave", declarou o ministro palestino encarregado pelas negociações com Israel, Saeb Erakat.

O principal conselheiro do presidente Yasser Arafat, Nabil Abu Rudeina, caracterizou a medida de Israel como um "crime de guerra". Para Rudeina, o projeto israelense "confirma que a suposta retirada de Gaza é apenas uma mentira". Ele se referia ao plano de retirada da Faixa de Gaza de Sharon que foi rejeitado no início de maio pelo partido Likud. O projeto previa a manutenção do corredor 'Filadélfia' sob o controle israelense.

Segundo a Agência das Nações Unidas para a Ajuda aos Refugiados Palestinos (Unrwa), mais de 11 mil palestinos perderam sua residência em Rafah desde o início da Intifada, em setembro de 2000.

Paul McCann, funcionário da Unrwa em Gaza, disse que a política israelense de destruir casas em Rafah é uma "catástrofe humana". "É impossível acreditar que cada casa abriga ativistas ou esconde uma entrada para um túnel de contrabando de armas", disse.

A morte de 11 soldados em ataques palestinos reforçou consideravelmente o apoio da população israelense a uma retirada da Faixa de Gaza, segundo pesquisas divulgadas nesta sexta-feira.

Uma sondagem feita pelo jornal Yediot Aharonot mostra que 71% dos israelenses são favoráveis a uma retirada unilateral da Faixa de Gaza (contra 62% que haviam declarado o mesmo no dia 4 de maio), enquanto 24% se opõem a tal medida (eram 32% há dez dias).

Uma pesquisa publicada pelo jornal Maariv tem um resultado ainda mais contundente, pois 79% dos entrevistados se mostraram favoráveis à retirada (unilateral ou como parte de um acordo), enquanto apenas 18% se mostraram contrários.

Na Faixa de Gaza, a violência continuou esta sexta-feira, depois da morte de 28 palestinos em operações do Exército israelense entre terça-feira e quinta-feira.

Soldados israelenses mataram um palestino na madrugada de quinta-feira na Faixa de Gaza quando ele tentava atacar uma colônia judia, informaram fontes médicas palestinas e militares israelenses.




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