Setecidades Titulo De volta às atividades
Pandemia alterou hábitos
de animais

Com tutores passando mais tempo longe de casa, pets precisam ser preparados para a separação

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
24/06/2021 | 00:01
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Claudinei Plaza/ DGABC


Após mais de um ano de pandemia, a vacinação dos adultos vai avançando e muitas pessoas já começam a retomar algumas atividades, como substituir o trabalho remoto por modelo híbrido e retomada de aulas presenciais. Se para os humanos havia muita expectativa para esse momento, para os animais de estimação a situação pode trazer sofrimento depois de tanto tempo próximos de seus tutores. O chamado hiperapego afeta cães, gatos e seus donos, mas pode ser controlado com persistência e paciência.

A estudante de medicina Talita Mariúba, 24 anos, moradora de São Bernardo, tem duas cachorras, a Jade, 10, e a Jasmin, 6. Talita passou os primeiros meses praticamente sem sair, e quando as atividades foram sendo gradualmente retomadas, Jade passou a ficar muito ansiosa, latindo e fazendo barulho. 

Com ajuda especializada, Talita adotou passeios mais longos, passou a ajudar o animal a entender que existem momentos em que ele vai precisar ficar sozinho e a situação foi melhorando. As medidas foram tomadas um mês antes de ela retomar as aulas e estágios presenciais, três vezes por semana, ocasiões em que as duas cadelas ficam na companhia uma da outra. “Hoje, quando olho pelas câmeras, vejo que elas estão bem mais calmas”, afirmou.

A fotógrafa Marília Zanco Mazarotto, 45, também de São Bernardo, buscou no adestramento apoio para corrigir o comportamento do cachorro Dante, 1 ano. Além dele, Marília também é tutora da gata Lana, 18, e do gato Olívio, 1. A necessidade de marcar território de Dante, de preferência na cama de sua dona, precisou de ajuda profissional para ser corrigida.

O bichinho também tem dado sinais de sofrimento em se afastar da fotógrafa, que gradualmente tem retomado o trabalho em seu estúdio. “Ele tem aprendido a ficar no espaço que é dele, na caixinha. Temos a hora certa de brincar, de sair para fazer passeio, e tudo isso tem ajudado”, contou.

Talita e Marília procuraram a ajuda da comportamentalista canina e adestradora Laís Cauner, 30, de São Bernardo, que há 15 anos vem se especializando na área. Laís explicou que as mudanças da pandemia afetaram os animais, que passaram a ter os tutores por perto 24 horas por dia, saíram menos de casa e socializaram menos com outros animais, e agora precisam se readaptar a essa nova realidade.

A especialista afirmou que é preciso se antecipar. “Se as pessoas já sabem que vão voltar a sair mais de casa, precisam ir acostumando os animais a ficar sozinhos, aumentar o gasto de energia, determinar claramente o horário da brincadeira, depois oferecer um momento de relaxamento para ir criando uma rotina”, aconselhou. 




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