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Cafu compara Claudinho a Dilma: ‘Curto-circuito à vista’

Ex-prefeiturável de Rio Grande nega ser artífice de impeachment do prefeito, mas critica ex-aliado por falta de diálogo com a Câmara

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
23/05/2021 | 07:00
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Reprodução


Fiador de Claudinho da Geladeira (Podemos) junto à classe política de Rio Grande da Serra na eleição de 2020, o ex-prefeiturável e hoje secretário de Governo de Hortolândia, Carlos Augusto César, o Cafu (PDT), comparou o atual prefeito rio-grandense à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e, embora se manifeste contrário à tentativa de impeachment do ex-aliado, ele sentencia: “Se seguir assim, tem curto-circuito à vista”.

Ao Diário, Cafu admitiu racha com Claudinho. Alegou que o antigo parceiro político decidiu rasgar o planejamento para cidade que eles haviam construído juntamente com o grupo político que levou o ex-vereador ao comando do Executivo em sua terceira campanha consecutiva. E disse que Claudinho não estabeleceu relação de confiança com os vereadores.

“Ele não dialoga com os vereadores. Manda projetos a toque de caixa para a Câmara, em postura reforçada pelo (ex-vereador e atual secretário de Governo, Pedro Wilson) Bacalhau. Não é assim que trata o Legislativo”, avaliou o pedetista. “Ele acha que tem maioria na Câmara e trata assim a casa. (Esse tipo de postura) Vai só trazer problema para ele. Por que a Dilma caiu (a petista sofreu impeachment em 2016)? Ela batia no peito e achava que mandava. E não manda. Existe Executivo e Legislativo. Essa relação precisa ser respeitada.”

Nas últimas semanas, cresceu a tensão nos bastidores políticos de Rio Grande. O Diário mostrou que, na semana passada, grupo de oposição se reuniu para definir atuação política contra Claudinho. Até cassação do prefeito de Rio Grande esteve em pauta. Cafu participou do encontro.

Prefeiturável de Rio Grande em 2004 e 2008 pelo PT (época em que era correligionário de Claudinho), Cafu assegurou que não articula o impeachment do ex-aliado. “As pessoas vêm conversar comigo e eu converso com elas. Minha história diz tudo. Não tem história de golpe. Se o prefeito não tem competência nem boa articulação com a base, não é problema meu”, disparou. “Tenho amor ímpar por Rio Grande, morei na cidade por 43 anos. Mas há 14 anos moro em Hortolândia, com outra qualidade de vida e não quero sair daqui. Pelo carinho que tenho pela cidade e pelos amigos que tenho em Rio Grande, continuarei ajudando. Mas minha relação será com os vereadores que são meus amigos”, sentenciou.

"Eu tentei conversar com ele, umas cinco vezes. Eu não sou prefeito da cidade, não sou eu quem decido”, continuou Cafu. “Quero que ele faça um bom governo. Mas as pessoas precisam assumir Rio Grande sem colocar as vaidades à frente. A vaidade não pode vir antes do bem querer da cidade. Eu não estou na cidade e quero ajudar.”

Claudinho minimizou a crise. Disse que a relação com a classe política está “ótima” e que a instabilidade é fruto do “disse me disse” e “especulação da oposição”. “Não vejo confusão. O Cafu é um amigo, temos história juntos. Ele gosta de Rio Grande, tem amor pela cidade. Estamos juntos”, assegurou. “Os vereadores hoje no debate fazem mais do que no governo passado. Nosso governo é transparente, tem presença. Eu fui para a Câmara no aniversário da cidade, fiz prestação de contas dos 100 dias. A pandemia deixa a gente um pouco depressivo. Vejo a situação com tranquilidade. Acho legal, do jeito que estão fazendo, com transparência e cobrando. Para a cidade é bom. A gente não fica acomodado.”




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