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Domingos Meira se firma na Globo
Por Márcio Maio
Da TV Press
23/09/2008 | 07:05
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Divulgação


Às vésperas do fim de Ciranda de Pedra, Domingos Meira não poderia fazer um balanço melhor de seu Alberto na novela. O ator respira aliviado por ter conseguido diferenciar o atual trabalho do que foi feito em JK, estréia dele na emissora. Isso porque, em ambas produções, a época retratada era a dos anos 1950. "Aproveitei muito da minissérie na composição e me toquei que precisava diferenciar os dois personagens. O humor e essa participação maior no núcleo do vilão Natércio me ajudaram bastante nisso", avalia.

Para personalizar os dois trabalhos, Domingos aproveitou a atividade de advogado de Alberto. Conversou com amigos da área e tentou retratar o cotidiano de um jovem de família rica e tradicional que não precisou batalhar para conseguir o que queria. "Sou um ator que nasceu em uma família de médicos. Nunca soube o que é ter vida fácil", explica.

Além disso, o tom de comédia dado pela dificuldade de Alberto na hora de se relacionar com as mulheres serviu para aumentar o destaque do personagem na trama. Sem estereotipá-lo. "Aos poucos, o lado advogado aflorou mais e pude dar nuances diferentes às cenas que recebia", valoriza.

Aos 30 anos, Domingos já coleciona inúmeros trabalhos como ator em 20 anos de carreira. Mas, a maior parte deles, nos filmes alternativos que produziu ao lado dos amigos Paulo Furtado, Marcos Mendes e Evandro Ambrósio.

Desde 1994 o grupo se reúne para idealizar, filmar, editar e decidir a trilha sonora dos vídeos. "Primeiro a gente editava filmando da própria TV. Depois conseguimos dois vídeos cassetes. Às vezes contávamos com patrocínio, usado para pagar um homem que filmava casamentos para editá-los numa ilha tosca que ele tinha em casa", lembra o ator, às gargalhadas.

Foram esses filmes que o levaram a estrear na TV. Em 2004, conseguiu um teste para a novela Metamorphoses, da Record, e impressionou a equipe não só com a atuação, mas também com o currículo. "A Tizuka Yamasaki mandou me contratarem quando viu que eu fazia filmes com R$ 500 em Botucatu", explica. Depois do fracasso da novela, que dava traço no Ibope, Domingos fez teste na Globo e no SBT.

Precisou decidir entre uma vaga na Oficina de Atores da Globo e um papel de destaque em Esmeralda. Optou pela segunda. "O SBT me queria para trabalhar. Eu não tinha grana para me manter quatro meses estudando no Rio", lamenta.

A experiência no SBT não foi tão agradável. Na história, Graziela, de Karina Barum, ficava dividida entre o amor de um peão e a segurança de um casamento com Daniel, um empresário honesto, rico e apaixonado por ela, papel de Domingos.

"O problema é que na versão original o Daniel era gordo, baixinho e bem mais velho", lembra, completando que, aos 26 anos na época, estava em boa forma física. "O papel não se encaixava no meu perfil. A escolha dela perdeu a lógica", critica. No mesmo ano, em 2005, foi chamado novamente para a oficina e, antes mesmo do término, foi convidado para fazer o comunista Sérgio de JK. A boa repercussão de sua atuação garantiu um contrato de três anos na emissora e um papel em Páginas da Vida. "Senti que ali, finalmente, minha sorte tinha mudado", brinca o ator, contratado até 2009.

Mas, por pouco, não perdeu a oportunidade de se destacar na pele do modelo vivo Ulisses da trama de Manoel Carlos. Seu personagem posava pelado para a professora Diana, de Louise Cardoso. E, para isso, Domingos ficava mais de três horas parado, na mesma posição. Na época, sofreu um acidente jogando pingue-pongue e recebeu recomendações médicas para operar o joelho. Não cumpriu.

"Nem avisei ninguém. Ficava imóvel o dia inteiro e, quando entrava no Projac, tirava o imobilizador e me segurava na mesma posição. Não queria perder o papel", justifica.

O esforço valeu a pena. Em seu quarto trabalho na Globo - Domingos também participou de Queridos Amigos -, o ator reconhece que, apesar de papéis pequenos na emissora, conseguiu visibilidade em todos. E espera poder, em breve, ingressar em outra produção. "Descansar é bom, mas não preciso de mais do que um mês para isso", avisa.




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