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Lupi diz não haver veto ao PT no segundo turno

Em Diadema, dirigente do PDT libera eventual apoio de Lacerda a Filippi: ‘adversário é Bolsonaro’

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
22/10/2020 | 00:04
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Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi deixou o caminho livre para que prefeituráveis da sigla apoiem ou recebam adesão do PT em eventual segundo turno nas cidades em que disputa as prefeituras. Em Diadema, ontem, ao lado do prefeiturável Ronaldo Lacerda, o dirigente deu o aval para possível aliança com os petistas na reta final da campanha.

Lupi, porém, ponderou que a “orientação (da direção nacional do partido) é que os candidatos do PDT vão ao segundo turno”. “Quem vai para uma eleição e começa a pensar no que vai fazer no segundo turno, não consegue nem ultrapassar o primeiro”, desconversou o mandatário para, em seguida, chancelar eventuais alianças com o petismo. “Não existe veto a ninguém. O único veto que a gente tem é (apoiar) o (presidente Jair) Bolsonaro (sem partido) ou quem pensa como ele, a quem eu chamo de profeta da ignorância. Ele é o adversário”, disse.

Tanto Lacerda quanto o prefeiturável do PDT em Mauá, o ex-prefeito Donisete Braga, são oriundos do PT. O parlamentar diademense, no entanto, rompeu com o petismo durante a pré-campanha, depois de ser alijado do debate sobre a escolha do candidato a vice na chapa encabeçada pelo ex-prefeito José de Filippi Júnior. Em solo mauaense, Donisete tem dirigido críticas ao prefeiturável petista, o também vereador Marcelo Oliveira, e foi outro a deixar a legenda em episódio conturbado.

Ao Diário, Lacerda evitou falar em futuros apoios e garantiu que estará no segundo turno. “Nós estamos em uma crescente, subindo. Os dados já mostram isso. Nós saímos de um patamar menor, estamos passando quem estava em terceiro (lugar nas pesquisas) e já estamos chegando em segundo. Vamos mostrar que a nossa campanha vai ser a segunda força de Diadema. Dá tempo, nós estamos chegando e vamos chegar. Nesta semana já estaremos encostando no segundo colocado”, assegurou.

Em seu discurso, o parlamentar mirou ataques ao governo do prefeito Lauro Michels (PV), que tem como candidato à sucessão o presidente da Câmara, Pretinho do Água Santa (DEM). “Eles (governistas) não vão conseguir eleger o sucessor porque o povo não é besta”, disparou. Ligado ao movimento de moradia, o parlamentar prometeu, se eleito, criar programa municipal de habitação. Vereador mais votado em 2016, Lacerda indicou Jeferson Leite para buscar herdar sua cadeira na Câmara.

Antes de desembarcar em Diadema, Lupi participou de ato fechado com Donisete e, depois, caminhou pelo bulevar da cidade até a Praça 22 de Novembro, no Centro. Os dois eventos reuniram dezenas de pessoas, o que dificultou o distanciamento físico e o cumprimento de medidas sanitárias para evitar a proliferação da Covid-19 (leia mais abaixo). Em solo mauaense, Lupi disparou alfinetadas ao prefeito e candidato à reeleição, Atila Jacomussi (PSB), que foi preso duas vezes durante o mandato. “Donisete saiu (da Prefeitura) pela porta da frente e vai entrar pela porta da frente. É vitória. Alguns sairão pela porta dos fundos e algemados.”

Atos do PDT provocam aglomerações

Os dois atos realizados ontem pelos prefeituráveis do PDT em Diadema e em Mauá foram marcados por descumprimento de medidas sanitárias recomendadas pelas autoridades médicas para proteger a população da Covid-19. Ambos reuniram dezenas de pessoas e provocaram aglomerações.

Em Diadema, além da aglomeração, outras regras básicas foram desrespeitadas pelos presentes, como o uso de máscara. A equipe de reportagem do Diário flagrou diversos cabos eleitorais do lado de fora do comitê central de Ronaldo Lacerda sem a proteção. No interior do local, partidários se aglomeravam à espera do presidente nacional da legenda, Carlos Lupi. Ao ser questionado sobre a conduta dos militantes, Lacerda alegou que esperava menos pessoas para participar do ato. “A gente tinha uma perspectiva de um grupo muito menor e fomos surpreendidos. Fizemos uma dimensão de ter umas 250 pessoas e já temos 600. Então estamos pensando inclusive até trazer (o ato) para a rua. Isso mostra também o aumento da nossa campanha.” Depois do questionamento do Diário, a campanha do pedetista mudou o protocolo e realizou o ato na calçada, ao ar livre, e orientou os presentes a usarem máscara. Ainda assim, a aglomeração e o desrespeito às regras permaneceram.

Durante a pré-campanha, Lacerda foi infectado pelo coronavírus. O parlamentar ficou afastado dos trabalhos no Legislativo e se recuperou em casa. Ontem, anunciou no microfone que seu candidato a vice, Fabio Junior (PDT), também foi contaminado e está com Covid-19. “Me sinto bem melhor e com sintomas leves, tomando a medicação prescrita para combater esse vírus impetuoso”, publicou Junior, ontem, nas redes sociais.
 




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