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Dia de reabertura registra comércio cheio na região

Consumidores lotam as principais vias comerciais do Grande ABC; estabelecimentos funcionam das 11h às 15h

Yara Ferraz
Tauana Marin
do Diário do Grande ABC
16/06/2020 | 00:08
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André Henriques/DGABC


O primeiro dia de reabertura gradual no comércio da região foi marcado por intensa movimentação de consumidores nas principais vias comerciais. Mesmo com a adequação dos lojistas e ações do poder público para a higienização e o distanciamento, os corredores comerciais foram tomados pela população. Os estabelecimentos funcionaram entre as 11h e 15h.

Em Santo André, a Rua Coronel Oliveira Lima recebeu em torno de 15 mil pessoas, segundo a Prefeitura. De acordo com o diretor da SOL (Sociedade Oliveira Lima e Região), Djalma Lima, muitas pessoas não foram ao calçadão para comprar. “Não chegou aquela grande movimentação que vimos no Brás e na 25 de Março (regiões de comércio popular de São Paulo)”, disse ele, que vendeu 30% de um dia pré-pandemia na loja que comercializa perfumes e semijoias.

O presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Pedro Cia Júnior, afirmou que a ideia é chegar à normalidade pouco a pouco, de olho na segurança. “O faturamento dos próximos 15 dias vai salvar muitos comerciantes”, garantiu.

De acordo com a administração municipal, foi realizada fiscalização para que o comércio respeitasse o horário de abertura. Além disso, a Oliveira Lima foi dividida ao meio, com lados para descer e subir, mantendo o distanciamento. Na Oliveira Lima também foram instalados pit stops da prevenção, com higienização com álcool gel, aferição de temperatura e distribuição de máscaras. Não foi registrado nenhum incidente após a abertura das lojas.

Em São Bernardo, a Rua Marechal Deodoro registrou grande fluxo de pessoas. Anteriormente, a via também estava fechada para os veículos, mas registrou trânsito intenso.

O presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura, afirmou sobre a necessidade de bom-senso. “Nem todos vão consumir, mas muitas pessoas estavam cansadas de ficar em casa e vão passear. É algo que preocupa, porque é preciso evitar aglomeração.”

A Prefeitura de São Bernardo informou que montou operação para fiscalização do cumprimento das regras sanitárias, que resultou na interdição de uma loja de variedades, localizada na via. Das 11h às 15h, 48 estabelecimentos foram fiscalizados na Marechal, que, após o término do horário autorizado de funcionamento, foi interditada para veículos. Outros centros comerciais nos bairros Rudge Ramos, Vila São Pedro e outros também foram vistoriados.

Também havia grande movimentação na Avenida Barão de Mauá, principal centro comercial de Mauá. No local, havia pias para os consumidores se higienizarem, A Prefeitura de Diadema informou que equipes de fiscalização realizaram trabalho de orientação junto aos estabelecimentos comerciais da cidade, por isso não foi emitida nenhuma notificação nem lacração. A Prefeitura de Ribeirão Pires informou que reforçou a fiscalização durante todo o dia, especialmente na região central do comércio.

SHOPPINGS
Os nove centros comerciais da região também voltaram a funcionar, no horário das 16h às 20h (leia mais abaixo). Perto do horário de abertura havia filas nos locais, para medição de temperatura dos frequentadores.

O Shopping Metrópole , em São Bernardo, recebeu cerca de 4.500 pessoas até 19h30 de ontem. De 198 operações, 142 (entre lojas e quiosques) reabriram. A retomada teve movimento maior nas lojas de telefonia e nas âncoras, informou o shopping. O ParkShopping São Caetano apontou que o movimento ocorreu dentro da normalidade para o primeiro dia, respeitando a capacidade reduzida de atendimento.

"Acreditamos que o fim de semana será mais intenso e estamos atentos e preparados para oferecer a máxima segurança aos clientes, lojistas e colaboradores”, disse a gerente de marketing do Shopping ABC, localizado em Santo André, Flávia Tegão.

Movimento na reabertura surpreende comerciantes

TAUANA MARIN

O movimento no primeiro dia de reabertura impressionou os lojistas dos shoppings da região, gerando expectativa positiva em relação às compras dos próximos dias. “Estamos bem confiantes. Com o cliente na loja, vai ser melhor e dará uma boa alavancada nas vendas”, diz Marco Antônio Góis, funcionário da loja de brinquedos Ri Happy, instalada há sete anos no São Bernardo Plaza Shopping. Ele, como a maioria dos comerciantes dos centros de compras, lançou mão das ferramentas drive-thru e delivery no período de quarentena. Por isso, não teve as vendas totalmente zeradas.

Do segmento de calçados femininos, a unidade da loja Anacapri do Shopping ABC, em Santo André, também recorreu aos pedidos digitais para não paralisar totalmente as vendas durante os 90 dias com as portas fechadas. “Vamos continuar com as vendas on-line e já arrumamos a loja para receber os clientes presencialmente de forma segura. Estamos apenas com metade dos funcionários para que não haja aglomeração, sinalizamos o chão, há pontos na loja com álcool em gel e todos de máscara, é claro”, explicou a gerente da unidade Camila Murano.

No mesmo centro de compras andreense, a vendedora da loja Rosa Valverde, de semijóias, comemorou o fluxo de clientes. “Continuamos a vender pelo drive-thru no período de quarentena, mas as vendas presenciais são diferentes. O shopping mal abriu e já tivemos bom retorno.”

O mesmo não aconteceu com a 2001 Ótica, de acordo com a vendedora Ana Naville. “Trabalhamos com artigos que as pessoas precisam colocar no rosto. Ficamos todo esse tempo fechados e sem vendas. Hoje (ontem), reabrirmos as lojas com dois funcionários e outros dois permanecem em casa. A nossa sorte é que as lentes de contato que trabalhamos só vencem mais para frente, senão, tínhamos perdido produtos.”

PONTO DE VISTA
O promotor de vendas Adelson Medeiros, 56 anos, foi um dos consumidores a irem até o Shopping ABC no dia da reabertura. “Durante o isolamento fiz uma compra pela internet e precisei trocar o produto. Mas, infelizmente, a loja em específico estava fechada. Fui ao Grand Plaza Shopping e a mesma loja estava fechada também.” O promotor acredita que os centros de compras não deveriam nem ter fechado. “Muita gente perdeu o emprego, ficou sem renda, sendo que no mercado as pessoas ficam muito mais próximas. O risco é muito maior.”

A pedagoga Elenilda Pereira da Silva, 39, também esteve no centro de compras de Santo André e compartilha da opinião. “Acredito que se todas essas medidas, como uso do álcool, da máscara e do protetor facial, tivessem sido usadas e obrigadas desde o início as lojas não precisariam ser fechadas”, comenta.

Já a auxiliar de produção Janaína de Souza Cabral, 30, foi até o shopping para resolver um problema com o celular. Segundo ela, o movimento era de um dia normal de antes da pandemia, mas os interiores das lojas estavam vazios. “É preciso tomar todos os cuidados, mas acho que os shoppings foram prejudicados, até porque, você anda pelas ruas e vê tudo aberto. Supermercados cheios, com aglomeração e famílias inteiras.”
 




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