Política Titulo Para ajudar na pandemia
Cresce movimento por redução de salário de vereadores de S.Bernardo

Ofícios chegam à presidência da Câmara solicitando corte de 50% nos vencimentos dos parlamentares; tema entra em discussão semana que vem

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
08/05/2020 | 00:01
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Denis Maciel/DGABC


A Câmara de São Bernardo tem sofrido pressão de movimentos políticos, pré-candidatos a vereador e até de cidadãos para avançar o debate de redução de salário dos parlamentares como forma de ajudar na pandemia do novo coronavírus.

Ao menos quatro ofícios sugerindo o corte de 50% nos vencimentos dos 28 vereadores foram protocolados – e recebidos oficialmente pela mesa diretora – nas últimas semanas.

Cada vereador de São Bernardo recebe R$ 15.031,75 mensais brutos. Se o corte de metade dos contracheques for aplicado, a quantia cai para R$ 7.515,87. No geral, a economia seria de R$ 210,4 mil por mês.

Pré-candidato a vereador pelo PSD e integrante do MBL (Movimento Brasil Livre), que ficou famoso nas manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), Glauco Braido protocolou dia 6 de abril documento sugerindo a diminuição. Ele argumentou, na carta, que a medida “atenuaria o grave impacto econômico que esta doença irá causar nos próximos meses à cidade”.

No dia seguinte, o munícipe André Gonçalves dos Santos, professor de São Bernardo, oficializou sua sugestão para corte dos salários. A medida foi adotada por outro morador, Pedro Mário, que estendeu o pedido de redução dos vencimentos para prefeito, vice-prefeito, secretários e servidores comissionados.

O grupo Endireita SBC formalizou o requerimento no dia 8 de abril, envolvendo os agentes políticos da Prefeitura e da Câmara. “Nosso município sofre com o caos instalado referente ao dispêndio de recursos para combater esta pandemia e, com isso, deverá ocorrer todo tipo de esforço financeiro para obtenção de recursos públicos para o combate ao coronavírus”, disseram Jonathan Fernando Moraes da Cunha e Fábio Murilo Souza Almeida Almas, que assinam o documento.

O Diário apurou que a maioria dos parlamentares é contra o corte de metade dos vencimentos, embora esteja crescente movimento para aceitar redução de menor percentual – a exemplo da Assembleia Legislativa, que aprovou diminuição de 30% dos contracheques dos deputados estaduais. A argumentação é a de que alguns vereadores de São Bernardo vivem exclusivamente da renda dos subsídios e a redução de 50% atrapalharia as finanças pessoais.

Presidente da casa, Juarez Tudo Azul (PSDB) adiantou que na quarta-feira, durante sessão ordinária, conduzirá o tema junto aos demais vereadores. “Tem de ser uma decisão conjunta. Já falei isso para alguns vereadores que me procuraram. Nossa ideia é ajudar, sabemos da situação, por isso estamos conversando sobre um valor que seja convergente, queremos ter um denominador comum”, comentou. “Há vereador que tem ajudado como pode, doando cesta básica, álcool em gel, sem alardear. Mas entendo ser importante a casa dar sua contribuição.” 




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