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Churrascaria é flagrada comprando carne ilegal
Verônica Fraidenraich
Do Diário do Grande ABC
10/05/2006 | 07:39
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A polícia civil de Santo André prendeu terça-feira à tarde, em flagrante, um gerente da churrascaria Estrela dos Pampas, em Mauá, e o comerciante Adilson Passos Santos, 47 anos, quando este fazia a entrega de sete peças abatidas de leitões para o estabelecimento.

Os leitões pesavam aproximadamente 120 quilos no total e estavam acomodados em seis sacos, na caçamba de uma Chevy 500 (caminhonete pequena), sem refrigeração nem qualquer cuidado de higiene, de forma totalmente irregular. O dono do restaurante, que fica na avenida João Ramalho, próximo à divisa com Santo André, também teve de ir até a delegacia prestar depoimento. Ele, o gerente e Santos, que entregou os leitões, foram soltos no início da noite, após pagamento de fiança de cerca de R$ 9 mil. A reportagem não teve acesso aos nomes do gerente e do dono da churrascaria.

Adilson Santos não apresentou nota fiscal da carne de porco nem possui licença para transportar alimentos. Segundo os investigadores do 1º DP de Santo André, Santos estava descarregando os leitões quando foi flagrado. O comerciante, no entanto, nega a afirmação. "Passei lá para oferecer, mas eles não quiseram". Segundo a polícia, a suspeita é de que a churrascaria fosse cliente de Santos, que possui uma pequena criação de porcos no fundo do quintal de sua casa, no Jardim Araguaia, também em Mauá.

Santos, desempregado, disse à reportagem que tem poucos porcos em casa e costuma vender a carne suína diretamente nas ruas ou nas favelas. Afirmou que aplica vacinas nos animais e lava o criadouro com freqüência. Quanto à refrigeração, disse não ser necessária. "Não ando muito tempo (com os leitões no carro), por isso não precisa". Segundo o comerciante, cada leitão vale R$ 70.

A Vigilância Sanitária de Santo André esteve na delegacia terça-feira e emitiu um termo de inutilização da carne de porco. Edna Correa Clares, encarregada de serviços de Inspeção Municipal da Vigilância, disse que a carne foi inutilizada por ser clandestina. "Não tinha aspecto de deteriorada, mas isso não quer dizer que não pudesse ser prejudicial".

A encarregada também afirmou que a carne não possuía carimbo de inspeção do Ministério de Agricultura ou da Secretaria Estadual de Agricultura. Relatou ainda que o veículo deveria ter regularização para transporte de alimentos, apresentando identificação da empresa responsável e do produto que transportava. "A carne não poderia ser vendida diretamente do carro, mas sim em estabelecimento comercial, e deveria estar numa temperatura adequada". Segundo as normas vigentes, carnes resfriadas devem ser transportadas entre 2 graus e 8 graus.

Risco – Edna Clares, da Vigilância Sanitária, lembra que a carne de porco pode transmitir ao homem a cisticercose, doença provocada pelo parasita Taenia solium. Um dos sintomas dessa doença é a dor de cabeça, e até convulsões podem ocorrer.




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