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Fecundidade segue em queda na região

Especialista aponta mudança do perfil social como causa; em quatro anos, redução chega a 11%

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
06/02/2020 | 00:02
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Denis Maciel/DGABC


A fecundidade entre mulheres de 15 a 49 anos apresentou queda de até 11,1% nas sete cidades em quatro anos. Caso de Diadema, onde, em 2014, a taxa era de 54,11 a cada 1.000 mulheres em idade reprodutiva e, em 2018, caiu a 48,1. Apenas Santo André registrou aumento no indicador, de 1,03%, passando de 48,12 para 48,08. Os dados foram divulgados ontem pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados).

Na avaliação de Rogério Baptistini, sociólogo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, há mudança no perfil social da população. “Em todo País, vemos a queda no número de nascimentos, pois as famílias não têm mais a necessidade de ter muitos filhos, seja para complementar o orçamento doméstico ou para produzir mão de obra”, explica.

Exemplo da mudança do comportamento é o registro de matrimônios. No Grande ABC, os casamentos caíram 18,24%, de 20.232 para 16.540 uniões, entre 2015 e 2019, conforme dados do Portal da Transparência do Registro Civil. “Estamos caminhando para a sociedade contemporânea, seguindo a tendência de países europeus”, afirma o sociólogo.

Apesar do viés de queda na fecundidade, os números são considerados estáveis. “A estrutura socioeconômica do Grande ABC é bastante estável no sentido de manutenção de renda e (a região) tem indicadores de saúde e educação bem desenvolvidos”, avalia Baptistini, destacando que algumas cidades figuram entre as melhores do País em relação ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), como São Caetano, melhor colocada nacionalmente.

Mauá foi o segundo município com maior queda na taxa de fecundidade, passando de 45 a cada 1.000 mulheres em idade reprodutiva para 41,84 (-7,02%). Em Rio Grande da Serra, a redução foi de 6,36%. Ribeirão Pires teve baixa de 3,87% na taxa, enquanto São Bernardo teve queda de 3,22%. Já São Caetano reduziu o índice em 3,51%. No Estado, a taxa foi de 52,1 para 50,23 (-3,58%).

MORTALIDADE - Por outro lado, o levantamento da Fundação Seade indica aumento na mortalidade no Grande ABC entre 2014 e 2018. Santo André foi a cidade com maior crescimento da taxa, que passou de 7,27 para 8,07 a cada 1.000 habitantes (11%). Em seguida, São Bernardo teve alta de 10,79%, Diadema, de 8,72%, e São Caetano, de 8,14%. 

Em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, a taxa de mortalidade caiu 3,7% e 5,14%, respectivamente. Já em Mauá, o índice se manteve estável em cinco mortes a cada 1.000 habitantes. No Estado, o aumento foi de 2,73% – de 6,59 para 6,77.

Segundo Baptistini, a tendência de aumento na mortalidade endossa a mudança social. “Caminhamos para uma sociedade idosa, com mortes naturais, já que os jovens do Grande ABC estão migrando para outros lugares (como a Capital), onde os empregos estão concentrados”, assinala, lembrando que a desindustrialização encolheu a oferta de postos de trabalho na região. 




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