Cultura & Lazer Titulo Mobillidade
Responsáveis por espaços expositivos locais acreditam que chegada do Metrô aumentará público

a chegada da Linha 18-Bronze do Metrô, que ligará o Grande ABC à Capital paulista, será ponto importante para fomentar as exposições artísticas que há na região

Por Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
17/06/2019 | 07:01
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André Henriques/DGABC


No Grande ABC o leque de espaços públicos expositivos, e com entrada gratuita, diga-se de passagem, é farto. Assim como é grande a produção artística local. Isso sem contar no acervo que vem sendo criado há décadas e tem diversas preciosidades que dificilmente serão encontradas fora daqui. Segundo os responsáveis pelas pinacotecas da região, a chegada da Linha 18-Bronze do Metrô, que ligará o Grande ABC à Capital paulista, será ponto importante para fomentar as exposições artísticas que há na região.

Diretor de Cultura de Santo André, Gabriel Rapassi é um dos que acreditam que o Metrô na região trará público paulistano para a Pinacoteca andreense (Praça IV Centenário) para ver obras de artistas como Luiz Sacilotto (1924-2003). “Nossos acervos estarão acessíveis para quem vem de São Paulo. E o de Santo André é grande. São 35 anos ininterruptos fazendo o Salão de Arte Contemporânea”, diz. Isso sem contar que a cidade tem ainda a Casa do Olhar Luiz Sacilotto, com sala dedicada ao artista que dá nome ao local, além de mostras regulares.

São Caetano também conta com uma Pinacoteca (Av.Dr. Augusto de Toledo, 255). E, de acordo com Nayr Duarte, curadora e coordenadora do local, a chegada da Linha 18-Bronze aumentará significativamente o número de visitas, que hoje é de 7.000 pessoas ao ano.

“O Metrô aqui só vai agregar. Traz vigor, modernização, além dos benefícios socioeconômicos e ambientais”, afirma. O espaço da cidade tem cerca de 500 obras, entre elas de artistas como Claudio Tozzy e Rubens Ianelli. Atualmente o local abriga as mostras O Processo é Incessante e Uma Janela para a Realidade da Arte Urbana.

Na Pinacoteca de Mauá (Rua Gabriel Marques, 353), que soma 410 peças no acervo, com a mobilidade promovida pelo Metrô, o público de fora da região terá fácil acesso para ver obras de artistas como Yasuichi Kojima e Hans Grudzinski (1921-1986).

É nisso que acredita Cecília Camargo, curadora do espaço. “As pessoas têm visão de que o (Grande) ABC é distante da Capital. Se vem o Metrô quebra isso. Quem está em São Paulo se sentiria mais à vontade para ver as mostras e atividades culturais que temos”, diz. Além disso, a profissional acredita que essa facilidade de locomoção aumentaria o repertório do público de São Paulo. “As obras têm muita história, da memória e da região da atualidade. Quando mostramos os artistas locais e há um público de fora vendo, você expande isso.”

Em Ribeirão Pires, que onde está a Pinacoteca Municipal Guilherme de Carvalho Dias (Rua Miguel Prisco, 286), o pensamento não é diferente. “Entendo que a Linha 18 promoverá maior intercâmbio e visitação. A chegada do Metrô abre uma série de possibilidades. Quando circulam mais bens culturais você desenvolve melhor a economia da cultura”, diz Marcílio Duarte, diretor de patrimônio do município.

Ribeirão Pires, aliás, teve seu acervo enriquecido recentemente por obras de artistas como o paulistano Roberto Burle Marx (1909-1994) e o pintor italiano radicado no Brasil Alfredo Volpi (1896-1988). No total foram 26 peças de vários nomes, que chegaram por meio de edital aberto pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), em que museus de diversos pontos do Brasil se cadastraram.

Em Diadema não há pinacoteca, mas o município, que conta com o Museu de Arte Popular (Rua Graciosa, 300), também deve se beneficiar com a Linha 18-Bronze. Igor Stepanenko, agente de Cultura da cidade, diz que o Metrô dinamizará o público. “Recebemos, em média, 1.300 visitas por mês. E com a chegada do Metrô esse número aumentaria bastante”, diz. Do acervo local, ele ressalta peças de Waldomiro de Deus e Ulisses Mendes. Fora os regionais, como Nanete, Celso Hohio e Pierino Massenzi. “O Metrô não facilita só para ir e vir do trabalho. A região toda ganha”, encerra. 




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