Política Titulo Impeachment
Admir cogita ir à Justiça para derrubar denúncia

Pai de Atila, vereador de Mauá contesta decisão que legitimou uma das peças do impeachment

Júnior Carvalho
Do dgabc.com.br
26/01/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Admir Jacomussi (PRP), vereador de Mauá e pai do prefeito preso Atila Jacomussi (PSB), afirmou ao Diário que cogita ir à Justiça para derrubar um dos pedidos de impeachment que tramitam na Câmara contra seu filho.

O parlamentar, que tentou barrar internamente uma das denúncias, não reconhece a decisão da comissão processante, que rejeitou sua reclamação e legitimou a peça de acusação. Ele sustenta que o parecer deve ser dado pelo presidente da Casa, Vanderley Cavalcante da Silva, o Neycar (SD), e não pelo grupo.

Ele promete voltar a questionar o Legislativo mauaense, mas antecipa que, se necessário, levará o caso aos tribunais. “Não estou aqui criticando ninguém (das comissões), mas eu entendo que a comissão (do impeachment, que rejeitou o seu pedido) não tem competência para rejeitar isso, só o presidente da Câmara. Eu encaminhei o documento ao Neycar. A comissão estuda (o mérito da) denúncia e o que eu estou questionando é quem a requereu”, defendeu Admir.

Parlamentar em seu nono mandato, Admir alega que o pedido de cassação de Atila impetrado por Davidson Rodrigues de Souza é envolto de informações falsas. Além de o denunciante citar no documento textualmente que é “presidente do diretório municipal PSL”, o que não é, Davidson também colocou na peça como sendo sua residência comercial o endereço da executiva do partido, que está suspensa pela Justiça Eleitoral por falta de prestação de contas.

Para justificar a rejeição ao pedido de Admir, a comissão, esta presidida por Cincinato Freire (PDT), decidiu ignorar a informação de que Davidson seria presidente do PSL e encarou a denúncia como se tivesse sido protocolada por um eleitor comum, argumento este também usado pelo autor do pedido.

A denúncia questionada por Admir acusa Atila de cometer crime de responsabilidade ao supostamente abandonar o cargo para o qual foi eleito em 2016. A peça cita que o prefeito não tinha autorização legislativa para permanecer longe da cadeira por mais de duas semanas e que, portanto, deixou o cargo vago. O prefeito foi preso pela PF (Polícia Federal) no dia 13 de dezembro, no âmbito da Operação Trato Feito, acusado de receber propinas de fornecedoras do Paço. O socialista até cogitou encaminhar pedido de licença do cargo, mas posteriormente desistiu por entender que, como sua prisão é alheia à sua vontade, não haveria necessidade de pedir aval da Câmara para ausentar-se. A denúncia de Davidson, inclusive, contesta essa tese.

Desde quinta-feira Atila já tem em mãos as duas denúncias e terá dez dias, a contar de ontem, para se defender. O socialista está detido na penitenciária de Tremembé, no Interior, e aguarda pedido de soltura no STF (Supremo Tribunal Federal).  




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