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Auricchio fala em esforços para remediar situação junto à GM

Prefeito gravou vídeo para tratar de comunicado da montadora, que cogita fechar portas na América do Sul

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
20/01/2019 | 07:00
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Reprodução


Frente à ameaça da GM (General Motors) de fechar as portas da montadora na América do Sul, o prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), iniciou mobilização e gravou vídeo ontem, encaminhado às redes sociais, sustentando sobre a necessidade de “grande esforço coletivo”, envolvendo o poder público, por meio das prefeituras, governo do Estado e União, além do setor produtivo, fornecedores, classe sindical e revendedoras para arquitetar soluções sobre a celeuma. Há reunião marcada na terça-feira para decisão a respeito do caso.

O encontro ocorrerá em São José dos Campos, com prefeitos da região (América do Sul), lideranças sindicais e parte da direção da empresa. O recado indicou cenário devido à suposto prejuízo nas plantas. A GM possui fábrica em São Caetano com cerca de 8.500 empregos na unidade. A montadora está entre as principais companhias instaladas na cidade. Relatos apontam que eventual concretização da saída pode provocar perda de aproximadamente R$ 80 milhões ao ano, apenas considerando a arrecadação com ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

No vídeo de um minuto e quinze segundos, Auricchio frisou que o empenho em bloco tem chance de produzir a diferença que “se faz necessária para que a GM, corporação mundial, avance na questão dos investimentos para a América do Sul, de forma muito especial para São Caetano, aonde a partir de 2020 já teremos novo ciclo de produção de automóveis”. “Queremos estar na frente, garantindo não só a permanência (da GM na cidade) como a geração de emprego e renda”, pontuou.

A decisão incluiria fábricas no Brasil e Argentina. Auricchio demonstrou preocupação com o comunicado, repercutido em toda mídia nacional, em relação aos planos futuros da GM – o anúncio, em nome do presidente da empresa no Mercosul, Carlos Zarlenga, citou que investimentos e o futuro do grupo na região dependem da lucratividade nas operações ainda neste ano. O aviso foi enviado por e-mail e fixado no quadro de funcionários das cinco fábricas da companhia no País. O prefeito ponderou que a administração municipal tem “trabalhado com todos os esforços no sentido de ser grande parceira da GM na unidade de São Caetano”.

Na unidade de São Caetano, cerca de 4.500 funcionários de chão de fábrica estão em férias coletivas desde 23 de dezembro e só retornam no dia 28. De acordo com o comunicado de Zarlenga, a GM no Brasil teve prejuízo agregado significativo no período de 2016 a 2018, o que não pode se repetir. “2019 será um ano decisivo para a nossa história.”

Em fevereiro de 2018, a empresa anunciou R$ 1,2 bilhão de investimentos na fábrica de São Caetano, para ampliar a capacidade produtiva de 250 mil para 330 mil unidades ao ano. O montante faz parte de plano de R$ 13 bilhões que foram aplicados no País nos últimos cinco anos.

Zarlenga chamou atenção ao fato de, na semana retrasada, durante anúncio de resultados de 2018 aos acionistas, a presidente global Mary Barra ter falado com a imprensa sobre esforço da montadora em se reestruturar para recuperar prejuízos. Em entrevista ao The Detroit News (publicação on-line da cidade norte-americana em que está a sede mundial da GM), no dia 11, a reportagem diz que Mary “insinuou repetidamente que a GM está considerando sair da América do Sul”. 




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