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Sepang, 70 graus, desafia pilotos da F-1
Por Flavio Gomes
Da Warm Up, para o Diário
18/03/2006 | 09:44
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Não, você não leu errado. São 70 graus, mesmo. Essa é a temperatura que os 22 pilotos que largam na madrugada de domingo para o GP da Malásia vão encarar, dentro do cockpit, para as 56 voltas da segunda etapa do Mundial de Fórmula 1. É a quantas vão os termômetros instalados nas células de sobrevivência dos carros se o calor persistir neste domingo.

Calor que mais uma vez assustou e incomodou a todos em Sepang. Na sexta-feira, o sol escaldante sobre o autódromo malaio bateu nos 37 graus, com 44 no asfalto. É a média histórica dos GPs da Malásia, que só cai quando desaba uma tempestade tropical, em geral rápida e violenta, para refrescar corpos e almas. Debaixo do capacete e do macacão, a sensação térmica para os pilotos é de 60 graus, segundo estudos das equipes. Por isso eles precisam se hidratar o tempo todo, ingerindo líquidos reforçados em sais minerais. Em média, numa prova disputada com tanto calor, um piloto pode perder até 4% de seu peso em líquidos. "A gente bebe o tempo todo nessa corrida", diz Mark Webber, da Williams. "O problema é que o que a gente bebe esquenta tanto que parece chá", completa Felipe Massa, da Ferrari.

Tudo incomoda num calor desses. "O problema nem é quando estamos na pista. Duro é ficar parado dentro do carro dentro dos boxes. O ar não circula. Mas a gente tem de estar preparado", conforma-se Fernando Alonso, da Renault, líder do Mundial. "Ganhamos para isso." E bem, diga-se.

Christian Klien, da Red Bull, contou que no ano passado quase não conseguia respirar dentro do capacete. "Tive de abrir a viseira para entrar um ventinho. É duro na corrida, porque começa a esquentar lá embaixo, vai subindo pelo corpo e finalmente parece que sua cabeça está fritando. E nessas condições é muito fácil perder a concentração."

Vai ser nesse ambiente senegalesco que o GP da Malásia será disputado a partir das 4h (de Brasília) deste domingo, 15h em Sepang. O grid de largada foi definido na madrugada de sábado, por volta das 4h. Dos candidatos às primeiras posições, antes dos treinos de sábado, já se sabia que Massa teria vida difícil, porque a Ferrari trocou o motor que ele usou no Bahrein, e por isso o brasileiro já perderia dez posições no grid.

Os demais tiveram uma sexta-feira tranqüila. Em começo de temporada, com duas provas "coladas" longe da Europa, não dá para resolver muita coisa. Por isso, Alonso, Schumacher e Raikkonen devem ser os grandes protagonistas da corrida, como foram na primeira etapa do Mundial, domingo passado.




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