Política Titulo Acatou ação
Justiça derruba PEC dos Supersalários

Decisão acolhe medida da Prefeitura de S.Bernardo para impedir aumento de teto aos servidores

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
01/11/2018 | 07:00
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Ricardo Trida/15/3/15


Acolhendo a uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) impetrada em junho pela Procuradoria-Geral do Município de São Bernardo, o órgão especial do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) declarou inconstitucional a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 46, chamada de PEC dos Supersalários, que elevava o teto salarial dos servidores públicos no Estado – e nas cidades – de R$ 21,6 mil para R$ 30,4 mil até 2022. O projeto havia sido aprovado dias antes da medida do Paço na Assembleia Legislativa.

A emenda avalizada pelos deputados estaduais fixava o valor máximo dos vencimentos do funcionalismo com base na remuneração equivalente à dos desembargadores do TJ-SP. Portanto, a decisão judicial de ontem – votação unânime no plenário da Corte – barra esse aumento. Os desembargadores que integram o órgão especial entenderam ser inconstitucional a mudança feita pela proposta, declarando seus efeitos retroativos. O governo do prefeito Orlando Morando (PSDB) foi o primeiro do Estado a ingressar com ação contestando o texto.

“É um momento de dificuldade financeira no País. Não podia ficar de braço cruzado. Elaboramos este plano na busca pelo respeito ao dinheiro público, bem como na defesa do conceito da moralidade e autonomia do município”, destacou Morando, por nota. “Decidimos pela Adin, uma vez que o momento econômico é muito crítico no País. Esse teto criado poderia ser altamente nocivo aos municípios”, emendou. A Adin justificava desrespeito às constituições federal e estadual, o que derrubaria a autonomia dos municípios sobre a folha de pagamento dos próprios servidores.

Ao anunciar seu voto, o relator do processo, desembargador Renato Sartorelli, considerou que a alteração no teto dependeria de proposta do Executivo, conforme apontamento do Paço de São Bernardo.

O teto atual no município é de R$ 30,6 mil, que representa a quantia do salário do prefeito, sendo que o último reajuste foi concedido pelo ex-prefeito Luiz Marinho (PT). A gestão tucana temia o impacto para os próximos exercícios, principalmente com eventuais processos judiciais que colaboradores poderiam ingressar a partir da manutenção da proposta. Por enquanto, não há servidores com ganhos na casa dos R$ 30 mil. Com exceção do prefeito, secretários são os com maior remuneração na Prefeitura de São Bernardo: R$ 22,9 mil. Atualmente, são 13.449 servidores ativos no organograma da administração.

Segundo cálculos do governo paulista, somente no Palácio dos Bandeirantes o impacto financeiro da emenda seria da ordem de R$ 1 bilhão em quatro anos.  




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