Setecidades Titulo Assistência Social
Ameaça de corte de verba leva entidades a protestar

Manifesto pacífico na Câmara de Santo André reuniu cerca de 500 pessoas

Bia Moço
Especial para o Diário
04/08/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 Manifestantes de 21 entidades tomaram a frente da Câmara Municipal de Santo André, na tarde de ontem, para protestar contra possível corte (entre 10% e 15%) no repasse público de verba para instituições assistenciais do município.

As entidades, conveniadas à Secretaria de Cidadania e Assistência Social, foram comunicadas sobre a medida na semana passada, sendo que duas teriam corte total, sob risco de encerrar as atividades.

A ação reuniu cerca da 500 pessoas entre organizadores do ato, familiares, estudantes e usuários que, de alguma forma, estão ligados a essas instituições. Funcionários que participaram da sessão na Câmara tiveram como resposta que a Prefeitura fará reunião com os representantes de cada organização na tarde de hoje.

Na sessão não houve qualquer decisão, tendo em vista que nenhuma comissão para discutir o tema foi aberta.

A equipe de reportagem do Diário ouviu representantes de entidades, que não quiseram se identificar, sobre o que teria levado à decisão. Segundo eles, uma reunião com o prefeito Paulo Serra (PSDB), realizada na quarta-feira, teria rendido bons resultados, pois o chefe do Executivo teria se comprometido a cuidar pessoalmente do assunto.

Segundo o poder público, todos os casos estão sendo analisados para que não haja prejuízo dos serviços de assistência no município.

“O movimento aqui é de todos. Viemos em caráter passivo, civilizado, até porque não estamos aqui pedindo favor, estamos reclamando por um direito que é nosso. A assistência social é uma política pública de direito, não de favor, caridade e muito menos de esmola”, disse uma representante.

Na opinião de Adrielli Bezerra, se o corte de verbas realmente for concretizado, ela terá de deixar o emprego para cuidar dos filhos. “Tenho duas crianças que fazem parte de uma dessas instituições. O meu filho mais novo tem deficiência visual parcial e alguns outros problemas de Saúde. Se tirarem o repasse, falta vaga. E aí, o que eu vou fazer? É um efeito cascata”, explicou.

Na opinião de representantes das entidades, quem sofrerá com possível corte é a população em situação de vulnerabilidade: “Cortando os gastos da assistência, vai estourar em outra ponta. Vamos ter mais violência, abandono, pessoas nas ruas, drogas, trabalho infantil, entre tantas outras situações difíceis que lutamos contra”, disse um dos manifestantes.

 




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