Agentes federais encapuzados prenderam manifestantes que nao ofereceram resistência na porta de um estande de tiros da Marinha norte-americana. Entre os detidos, estao José Rivera, conselheiro da cidade de Nova York, a representante do Congresso Nydia Velázquez, da mesma cidade, e o deputado pelo Estado de Nova York, Roberto Ramírez. Os agentes do FBI chegaram logo cedo, com uniformes escuros, ao local onde se realizavam práticas de tiro. O comandante da Marinha ordenou aos invasores que abandonassem a área, ocupada havia mais de um ano.

"Vocês devem abandonar estas instalaçoes imediatamente", ordenou por meio de um megafone o almirante Kevin Green, comandante da área, acrescentando: "se nao abandonarem rapidamente, teremos de tirá-los". No momento da açao, quatro helicópteros sobrevoaram as instalaçoes onde dezenas de manifestantes montaram acampamento a fim de impedir a Marinha de fazer exercícios de tiro. Religiosos, políticos, sindicalistas e dois congressistas norte-americanos de origem porto-riquenha estavam entre os manifestantes.

Havia o temor pela operaçao do FBI, pois o lugar abriga muniçao. Os manifestantes ocuparam as instalaçoes depois que duas bombas jogadas por um aviao da Marinha norte-americana erraram o alvo e mataram o guarda civil David Sanes, em 19 de abril de 1999. A campanha contra a Marinha uniu a maioria dos políticos porto-riquenhos, inclusive o pequeno movimento de independência e os que sao favoráveis à anexaçao com os Estados Unidos.

Evacuaçao -Os agentes federais começaram a evacuar as cerca de 300 pessoas que ocupam a zona de tiro da ilha porto-riquenha.

``Hoje de manha (quinta-feira), agentes federais começaram a evacuar um grupo de intrusos que havia acampado ilegalmente na base naval norte-americana da ilha porto-riquenha de Vieques', explicou o comunicado.

Os manifestantes ocupam há quase um ano a zona de tiro para exigir o fim definitivo das práticas efetuadas pela Marinha norte-americana na ilha desde a Segunda Guerra Mundial.

As manobras militares em Vieques foram suspensas no dia 19 de abril do ano passado, depois que um aviao do corpo de marines (fuzileiros) bombardeou por engano um posto de guarda e causou a morte de um sentinela porto-riquenho.

Essa morte desencadeou uma onda de protestos e a exigência de acabar com os exercícios de fogo em Vieques, uma ilha de Porto Rico utilizada pela Marinha dos Estados Unidos para testar desembarques anfíbios.