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Procon-SP: juros de cheque especial é maior em década
Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
23/10/2010 | 07:01
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Levantamento do Procon-SP aponta que média de juros mensal do cheque especial está em maior patamar para outubro nos últimos dez anos. A taxa apurada é de 9,11% ao mês.

Em 1999, o resultado do mesmo período foi de 9,83% ao mês. Após o registro, não houve superação dos 9%.

Ante setembro, houve acréscimo de 0,01 ponto percentual. A técnica do Procon-SP Cristina Rafael Martinussi atribui a alta a mudança de um dos sete bancos pesquisados.

O HSBC subiu, de 9,51% ao mês para 9,55%, o custo do cheque especial. Os demais bancos, que não alteraram, são: Banco do Brasil (7,95), Bradesco (8,40%), Caixa Econômica Federal (7,15%), Itaú (8,75%), Safra (12,30%) e Santander (9,66%).

O professor de finanças pessoais da EESP-FGV (Escola de Economia em São Paulo da Fundação Getulio Vargas) Samy Dana arrisca que o spread bancário contribuiu para a alta nos anos. Este conceito é a diferença entre a taxa de empréstimo cobrada pelos bancos dos contratantes e a alíquota de captação paga pelos clientes.

E ocorre redução do spread devido a taxa de juros Selic, utilizada pelos bancos como diretriz para mesurar o preço do crédito. "A Selic está em seu menor patamar nos últimos anos. E isso faz com que o spread caia", explicou Dana. Assim, as instituições aumentam o custo do crédito para compensar a queda no spread.

A coleta da pesquisa ocorreu no dia 15, antes da decisão do BC (Banco Central do Brasil) em manter a Selic e 10,75% ao ano. "Como não houve alteração, é provável que os resultados continuem os mesmos hoje", pontuou Cristina. Os dados são das taxas máximas pré-fixadas para clientes pessoa física e período de 30 dias.

O economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Rubens Sardenberg, disse que o cheque especial é crédito de condições especiais. "Ele dificilmente é alterado por mudanças na política econômica." Acrescenta que, segundo o BC, os cheques representaram R$ 17 bilhões, em agosto, contra R$1,5 trilhão no total de crédito do mês.

PESQUISA
Dana critica a cultura da população. "O brasileiro não olha para os juros", disse. Ele aconselhou que o consumidor, se precisar de crédito, não utilize o cheque especial. "O CDC (Crédito Direto ao Consumidor) é barato, por exemplo", acrescentou. Cristina observa que o crédito consignado é outra opção.

 




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