“Há uma indignação geral da universidade em relação a esse parecer", disse o diretor do Curso de Direito da UnB, professor Marcos Faro. O parecer obriga as universidades ou qualquer outra instituição de ensino a acolherem militares ou parentes transferidos de outras instituições, ainda que particulares. O problema se agrava na UnB — segundo Faro, o número de pedido de transferências chega a 70 a cada semestre, ultrapassando o número de vagas.
“Vários expedientes podem ser utilizados para entrar na UnB, inclusive sem vestibular, ou por meio de um vestibular que não é competitivo, como muitas vezes ocorre em várias universidades privadas”, explicou o professor. Ele ressaltou que o documento também feriu os princípios da autonomia universitária e a isonomia no tratamento dado aos candidatos a uma vaga no ensino superior — ambos garantidos pela Constituição Federal.
A UnB informou que quem já se inscreveu no vestibular para o curso de Direito poderá ter seu dinheiro de volta, mas ainda não definiu como isso será feito. No semestre passado, 2.500 candidatos concorreram às vagas e a expectativa era a de que agora o número fosse, pelo menos, o mesmo. “Vamos encaminhar um expediente para que haja a devolução dessa taxa”, disse o diretor, citado pela Agência Brasil.
Segundo o ministro Tarso Genro, o Ministério da Educação não tem alternativa a não ser acatar a decisão da UnB. Se as universidades quiserem, podem recorrer da decisão na Justiça. Por meio de sua assessoria de imprensa, Genro informou que não cabe ao Ministério argüir o parecer da AGU. “Da mesma forma que nós respeitamos a decisão da Justiça, nós respeitamos a autonomia das universidades”.
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