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Por que alguns sons dão arrepio?
Por Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
11/03/2012 | 07:00
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Alguns ruídos provocam arrepio por serem muito altos ou agudos (fininhos), como o do giz ao riscar a lousa e o da unha ao arranhar a bexiga. O ouvido capta o som e leva a informação ao cérebro. O órgão entende que há perigo e reage, preparando o corpo para fugir ou enfrentá-lo.

Desse modo, libera maior quantidade de adrenalina, substância química que faz o coração bater bem rápido. Então, mais sangue é enviado para os músculos, que ficam fortes. Além disso, a pupila (bolinha preta dos olhos) aumenta de tamanho. A reação é parecida com a de quando temos medo.

Ao ver foto de alguém fazendo barulho que nos incomoda, temos sensação semelhante. É que a imagem engana o cérebro; dá a impressão de que realmente passamos pela situação. Assim, a área do órgão ativada é a mesma de quando ouvimos o ruído.

Sons agradáveis também podem nos fazer arrepiar, principalmente quando é música que emociona por trazer boas lembranças ou representar momento especial. O arrepio ainda ocorre ao sussurrarem perto do nosso ouvido. Ao falar baixinho sai mais ar da boca, incomodando o ouvido que é bastante sensível.

Entretanto, arrepiar ao ouvir determinados ruídos não é regra; varia de acordo com o organismo de cada um. A ação não depende da nossa vontade. O sistema nervoso motor involuntário é responsável por controlá-la. Também faz outras partes do corpo - como estômago e intestino - trabalharem sem nossa ordem.

 

Frio deixa pelos em pé

No frio também ficamos arrepiados com bastante frequência. É que nosso corpo tem de estar com a temperatura a cerca de 37ºC. Se perdemos calor, o organismo deixa os pelos para cima na tentativa de manter o ar gelado afastado da pele.

Em geral, é fácil arrepiar ao sair do mar ou da piscina, pois o vento bate no corpo e rapidamente o esfria. Ao mesmo tempo, o coração acelera e envia mais sangue para os órgãos, mantendo-os aquecidos. Os músculos se contraem e começamos a tremer; é uma maneira de gerar energia e calor. A reação, no entanto, não é suficiente para manter a temperatura ideal. Por isso, temos de nos agasalhar. Em contato com a pele, o tecido evita que o calor vá embora.

 

Animais têm a mesma reação ao sentir medo

Os animais ficam arrepiados em situações semelhantes às dos humanos, como medo e frio. O corpo deles também tem o sistema nervoso motor involuntário, responsável pela reação de fuga ou luta.

Ocorre principalmente em mamíferos e aves. Diante do perigo, bastante adrenalina é liberada. Assim, adquirem mais força, a visão melhora e têm menor sensibilidade à dor. Os pelos ou penas ficam arrepiados para parecer que os bichos são maiores. É modo de assustar e espantar inimigos.

No caso do ouriço, além de pelos, possui longos espinhos na cabeça e nas costas, que se arrepiam quando está em perigo e amedrontado. Não costuma atacar, fica eriçado apenas para dar a impressão de que é bem maior. Se o predador mordê-lo, no entanto, o espinho se solta e se prende na boca de quem o pressionou. O porco-espinho tem características semelhantes.

 

Bruno Gutierres Camilo, 7 anos, de São Caetano, fica arrepiado ao passar o dedo pela folha de papel. Também não gosta de ouvir o barulho do garfo arranhando o prato. "Dá agonia e vontade de pedir para não fazerem isso."

 

Consultoria de Luciano Neves, otorrinolaringologista da Unifesp, Ismar Araújo de Moraes, professor de Fisiologia Animal da Universidade Federal Fluminense, e Raul Santo de Oliveira, professor de Fisiologia da Unip.

 

 




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