Eleições 2016 Titulo Desconhecidos
Desconhecidos, candidatos ousam no nome para ter voto

Estreantes na política, pleiteantes a
vereador no Grande ABC apostam em apelidos

Por Junior Carvalho
25/09/2016 | 07:00
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 A busca por votos tem aguçado a criatividade de alguns candidatos a vereador no Grande ABC. Desconhecidos do eleitorado e muitos deles estreantes na política, pleiteantes da região apostam em nomes bizarros para divulgar suas candidaturas na tentativa de triunfar nas urnas. O uso de apelidos e de instituições em nomes de campanha já é prática antiga dos candidatos. Muitos deles, inclusive, ingressam na vida política justamente depois de suas atuações em órgãos públicos – muitas vezes, com potencial grande de garantia de votos –, como políticos ligados a conselhos tutelares, por exemplo.

Mas a tentativa de se destacar frente aos demais candidatos vai além do uso de um cargo ocupado no passado. Alguns nomes chamam a atenção pela excentricidade, caso do Binladen de Diadema. Ou melhor, de Mauro Ribamar Ferreira Cruz, 55 anos, que é postulante à vereança em Diadema pelo PDT. A barba que o assemelha ao terrorista Osama Bin Laden, mundialmente conhecido pelo atentado às Torres Gêmeas, em setembro de 2001, nos Estados Unidos, rendeu ao pedetista um nome de campanha. Natural do Rio de Janeiro, Binladen também atende pelo apelido de Carioca. Pela primeira vez disputando eleição, o pedetista acredita que a alcunha não é o único fator que poderá levá-lo para a vitória. “Estou em Diadema há 16 anos. Sou muito conhecido, mais até que o próprio prefeito, se ninguém vê-lo em foto. As pessoas passam e me reconhecem”, frisa Binladen, que faz jus ao nome. “A ideia é essa mesmo: ou a gente muda a política ou explodimos a cidade”, brinca.

Outra que aposta no nome diferente é Janaína dos Santos Pereira, a Janaína Loukas Por Batom, que tentará vaga na Câmara de Mauá pela Rede Sustentabilidade. “Eu trabalho vendendo maquiagem, mas no início era só batom. Quando eu chegava nas lojas para vender, as meninas ficavam loucas. Então, quando pedi para fazer cartão de visitas acabei colocando ‘loukas por batom’”, explica Janaína, que também é debutante nas urnas. “Eu vivo a realidade da Saúde, da Educação, do transporte público e, muitas vezes, ando a pé. Sei também do medo que a população tem de ser roubada. Como eu vivo tudo isso, será muito gratificante poder fazer algo pela cidade”.

Especialista em marketing político e eleitoral, o professor da Metodista Kleber Carrilho explica que a estratégia de usar nomes bizarros na campanha rende resultado, mas pondera que a prática pode dar notoriedade para figuras que não têm comprometimento real com a vida pública. “Eles acabam atraindo o chamado voto de protesto, por conta dessa rejeição à política, de quem não quer votar em figuras tradicionais e acaba optando por candidatos como o Tiririca, por exemplo. O ideal seria se o ambiente eleitoral permitisse que todos concorressem com seus próprios nomes”, analisa.




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