Setecidades Titulo Meio Ambiente
Projeto para Usina Verde recebe única proposta

Prazo para apresentação foi encerrado ontem em São Bernardo

Por Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
02/03/2012 | 07:00
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A Prefeitura de São Bernardo recebeu apenas uma proposta de empresa interessada na construção da Usina Verde - por meio de Parceria Público-Privada. A obra será executada no terreno do antigo lixão do bairro Alvarenga. O Consórcio SBC Valorização de Resíduos, formado pelas empresas Revita Engenharia Ambiental e Lara Central de Tratamento de Resíduos, foi o único grupo privado a manifestar interesse pelo projeto, que visa implementar usina de incineração de lixo e produção de energia a partir desse processo. Ontem, foi o último dia para apresentação de ofertas.

Agora, a administração municipal irá analisar a documentação de habilitação deste consórcio. Posteriormente, a proposta técnica, se está de acordo com as exigências e garantias previstas no edital. Por último, e o preço. A estimativa é que a construção da usina custe cerca de R$ 220 milhões.

Se receber o aval da Prefeitura, a empresa fará o manejo de todo o resíduo sólido produzido na cidade, que hoje é de 700 toneladas por dia. Deste total, 45,8% são orgânicos e serão utilizados para a produção de energia.

A previsão é de que a usina seja finalizada no fim de 2015. Quando estiver em operação, o equipamento, que irá funcionar em terreno de 30 mil metros quadrados, vai gerar 30 megawatts de energia por hora, suficiente para abastecer cidade do porte de Diadema. A Prefeitura pretende utilizar a energia na iluminação de ruas e prédios públicos.

Em junho, o prefeito Luiz Marinho (PT) afirmou que seria fundamental a participação de empresas estrangeiras na construção da usina, por ser projeto pioneiro no Brasil. Porém, nenhuma corporação privada de fora do País manifestou interesse.

Ação judicial

Duas cooperativas de catadores de lixo entraram com ação popular ambiental para impedir a obra. Segundo Virgilio de Farias, advogado ambientalista que está cuidando do caso, a implementação deste tipo de equipamento no local fere artigos da Lei Específica da Billings. "Os incineradores emitem poluentes orgânicos persistentes que agridem o meio ambiente e contaminam a água da represa. Sou totalmente contra esta proposta de usina, que de verde não tem nada", explicou. O processo está em fase de apelação e prestes a ser encaminhado ao Tribunal de Justiça.

Farias acredita que o processo judicial afastou empresas interessadas no projeto. "É um empreendimento de alto risco porque tem ação na Justiça contra a construção. Quem vai investir em algo que daqui alguns anos poderá não ter prosseguimento?", questionou.

 




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