Política Titulo
Maria Inês muda
postura para eleição
Por Cynthia Tavares
Especial para o Diário
05/09/2011 | 07:10
Compartilhar notícia


Conhecida pela sua personalidade forte e característica enfática, a pré-candidata do PT ao Paço de Ribeirão Pires, Maria Inês Soares, revela nova face neste ano que antecede o pleito eleitoral. Apesar de liderar todas as pesquisas de intenção de votos realizada na cidade, a pré-candidata do PT foge dos holofotes e evita conceder declarações que possam gerar polêmica, como era de costume desde que governou a cidade, entre 1997 e 2004.

A petista é modesta e afirma que não vê mudanças em seu comportamento. "Na minha autoavaliação não me parece que houve mudança radical", desconversou. O fato é que a pré-candidata está num momento mais calmo.

A mudança teve início ainda em 2009, quando o PT começou a superar a crise interna, que culminou no desempenho pífio do partido nas eleições municipais de 2008. O PT, com Mário Nunes, foi para disputa rachado e perdeu novamente a Prefeitura para Clóvis Volpi (PV), que teve 73% dos votos, e não conseguiu sequer fazer cadeira na Câmara.

Na época, Maria Inês chegou a manifestar desejo de concorrer, mas após meses de discussões avaliou que seu nome não agregou forças dentro da sigla e abriu mão de sua candidatura para sair a vereadora. Foi o segundo nome mais lembrado pelos eleitores, mas ficou fora da Câmara por conta do coeficiente eleitoral. "A disputa eleitoral foi a prova da inatividade do partido nos últimos quatro anos. Não conseguimos fazer oposição ao governo atual por causa da luta interna do partido para decidir quem seriam os diretores e quem disputaria as eleições", afirmou em entrevista ao Diário, após as eleições de 2008.

Maria Inês foi essencial no Processo de Eleições Diretas que definem os presidentes dos diretórios municipais. Com intuito de esquecer o passado turbulento, os militantes petistas se reuniram e por consenso escolheram Antônio Carlos Pereira de Souza, o Carlão, como comandante.

O processo de escolha bem sucedido abriu horizonte positivo para a escolha do nome que tentaria reaver o Paço aos petistas. Seria essa a prova de fogo para o diretório municipal. No começo do ano, após diversas reuniões, a ex-prefeita foi declarada como pré-candidata. "No partido, realmente tivemos divergências, mas não vejo como mudança de comportamento ou postura. Sou bastante incisiva na defesa da minha opinião. Não mudei nisso. Quando chegar o momento que precisar usar, vou provar que eu não perdi essa característica", disse.

A alteração também passa pela articulação. A pré-candidata mudou peças-chave em sua pré-campanha, responsáveis pela sondagem de outras siglas na cidade. Além disso, a equipe se reúne semanalmente com a executiva municipal do PT para passar os resultados das conversas e das articulações feitas no decorrer da semana. "Sempre tive excelente relações com diversos vereadores e sempre tive facilidade no diálogo, principalmente com o Legislativo", afirmou. 

PT tenta conversa com PR de Nonô Nardelli 

O PR é um tradicional aliado do PT em nível nacional. Em Ribeirão Pires, o panorama é diferente. Os republicanos jogam no campo oposto aos petistas e são fiéis ao atual prefeito Clóvis Volpi (PV). Entretanto, o bom relacionamento do PR com a administração não foi empecilho para que os petistas procurassem o presidente da legenda no município, Nonô Nardelli.

Nos bastidores não se fala em outra coisa. As informações dão conta que a pré-candidata ao Paço pelo PT, Maria Inês Soares, ligou para Nonô, que também é titular da Pasta de Governo. O fato foi negado pela petista. "Não houve contato", limitou-se a dizer a ex-prefeita.

Apesar de reconhecer a aliança antiga entre as duas siglas, o secretário desmentiu que seu partido tenha sido sondado pela ala da oposição. "A nossa tendência é ficar no governo. Estamos no grupo há sete anos (desde o primeiro mandato de Volpi). Sempre tivemos liberdade para escolher o que é melhor no âmbito municipal", ressaltou o republicano.

Maria Inês reiterou que mantém a política de dialogar com diversos setores da sociedade civil e partidos municipais. "Temos princípios partidários e práticas de política pública que vamos manter. Uma das diretrizes é procurar ter aliança com o maior número de siglas possíveis", declarou. O PT não quer repetir o mesmo erro de 2008, quando só firmou aliança com o PRTB. O coeficiente eleitoral atingido não foi suficiente para angariar representatividade na Câmara.

A petista estipulou prazo para encerrar as negociações com as legendas que desejam estar com o PT na disputa eleitoral de 2012. "É junho. Não considero que hoje tenha conversa fechada", analisou.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;