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PT de Diadema está sob ameaça de intervenção
Por Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
24/05/2010 | 07:14
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A falta de consenso entre os cinco pré-candidatos à Assembleia Legislativa pelo PT de Diadema poderá sofrer uma espécie de intervenção da executiva estadual. Pelo menos é o que afirma o presidente da Câmara, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, integrante do grupo de postulantes petistas a deputado estadual (veja arte abaixo), para evitar um desastre nas urnas e frustrar as expectativas políticas do partido na cidade. "A executiva está autorizada para alterar o quadro, inclusive com degola", garante o vereador de quatro mandatos.

Afirmação, no entanto, rechaçada pelo presidente estadual do PT, Edinho Silva. "O PT estadual nunca se quer cogitou discutir os problemas de Diadema, que aliás tem cultura política para administrá-los internamente", avalia o ex-prefeito de Araraquara, cidade do interior paulista. E o dirigente empurra a árdua tarefa nas mãos dos dois principais nomes da sigla na cidade. "Tenho total confiança na capacidade dos dirigentes municipais e das lideranças como o Filippi e o Reali", referindo-se ao ex-prefeito de três mandatos José de Filippi Júnior e o atual chefe do Executivo, Mário Reali.

Apesar de ressaltar Diadema como um dos mais tradicionais diretórios municipais do PT no Estado e a cidade em que a sigla conquista os melhores resultados nas urnas em eleições municipal, estadual e nacional, Edinho deixa um recado mais apimentado no ar: "O PT de Diadema sabe que não pode lançar esse número de candidatos. Tem de ter menos candidaturas, não digo apenas uma, mas bem menos". E sugere um "debate político franco" para chegar ao sonhado consenso das bases.

Do contrário, todos os aspirantes petistas à cadeira na Assembleia tendem a morrer na praia. O que admite o próprio Maninho. "Não conseguiremos uma vaga", afirma, ao apontar que um candidato a deputado estadual do PT deve ter, no mínimo, 70 mil votos. Indagado se poderia abrir mão até a convenção estadual do dia 26 de junho, o presidente do Legislativo foi, mais uma vez, taxativo: "De minha parte não. Agora, o partido pode desistir de alguém", cutuca o petista.

Para o presidente municipal do PT, Josemundo Dario Queiroz, o Josa, o assunto está encerrado. "A discussão coletiva foi superada no fim de abril. Fizemos tudo o que era possível. Agora, qualquer desistência seria de cada grupo", afirma o ex-secretário de Obras do governo Filippi.

Porém, Josa admite que recebeu "orientação" da direção estadual do PT de ainda se buscar "consenso" até a convenção que homologará as candidaturas petistas no Estado. Mas contesta qualquer tipo de intervenção de cima para baixo. "Não defendo posicionamento de qualquer tipo de enquadramento em Diadema. A discussão não se dá de forma unitária, mas sim coletiva para o processo de convencimento", retruca.

Excesso será alvo do encontro municipal

Antes da Convenção Estadual do dia 26 de junho, o PT de Diadema se prepara para o encontro municipal do dia 19, das 9h às 14h, na Câmara. Além de se discutir tática eleitoral da campanha e conjuntura política, os petistas colocarão na mesa a batata-quente do momento: as cinco pré-candidaturas a deputado estadual. Desta vez, com as lideranças petistas da cidade: o atual prefeito Mário Reali e o ex-chefe do Executivo José de Filippi Júnior, único nome do partido para disputar cadeira na Câmara dos Deputados.

A tentativa é para se chegar ao consenso de candidatura única, desejo do prefeito Reali, que no encontro estará na condição de delegado do partido. "Eu acompanhei todas as discussões. O prefeito, com bom- senso, apostou em sairmos com um único representante. Infelizmente, não obtivemos sucesso", diz o presidente do PT de Diadema, Josemundo Dario Queiroz.

Hoje, Diadema possui um único deputado estadual: José Augusto da Silva Ramos (PSDB), que busca a reeleição pelo terceiro mandato e principal rival dos petistas na cidade. O PT está sem cadeira na Assembleia, desde que o ex-deputado Reali ganhou o pleito de 2008 e assumiu o Paço em 1º de janeiro de 2009. Por isso, os petistas querem, no mínimo, eleger um deputado estadual.

Dos cinco pré-candidatos, a vereadora Irene dos Santos leva vantagem pelo fato de ser mulher. A chapa proporcional para deputados para concorrer nestas eleições exige no mínimo 30% da ala feminina. "Se não alcançarmos no Estado, com certeza, teremos de cortar nomes das listas dos homens", explica Jair Batista de Santana, assessor da Secretaria de Organização do PT de São Paulo. Até agora, o partido está entre 15% e 20% de candidatas pré-inscritas. A vereadora não deu retorno ao Diário.

José Antonio da Silva, vereador de terceiro mandato pelo PT, confirma que o trabalho do grupo está "firme" na construção de sua candidatura. Além de ser o mais novo dos cinco pré-candidatos, Renato Moreni, liderança do movimento estudantil na cidade, trabalha com o apoio do deputado federal Ricardo Berzoini. O ex-vice-prefeito Joel Fonseca não foi localizado.




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