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Osmir Grigoleto admite ter chefiado sete seqüestros em SBC
Por Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
21/05/2004 | 21:39
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Em depoimento prestado na manhã desta quinta em São Paulo, Osmir Donizeti Grigoleto, o Gordinho, admitiu ter chefiado sete seqüestros de moradores de São Bernardo, ocorridos entre outubro de 2002 e agosto do último ano. A Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) de São Bernardo, responsável pela apuração de casos dessa natureza, suspeitava do envolvimento do criminoso nas ações, mas até então ainda não tinha a confirmação. Quando foi preso, no último domingo, ele havia negado qualquer participação de seu grupo nas investidas.

Além destes sete seqüestros na região, Gordinho também é acusado de chefiar outras 13 ações em outras cidades do Estado, todas bastante parecidas. Fortemente armados, para inibir qualquer tipo de reação, os homens abordavam as vítimas e as levavam direto para o cativeiro, onde permaneciam por cerca de 20 dias ou até terminarem as rodadas de negociação, sempre em meio a diálogos tensos. Embora ameaçasse aos familiares, o bando tratava bem suas vítimas e chegava a faturar até R$ 50 mil por ação.

A maioria dos seqüestrados pelo grupo foi mantida refém em casas alugadas em Americanópolis, na Capital. Duas, no entanto, foram levadas para um sobrado no Nova Petrópolis, em São Bernardo, onde hoje mora uma família. “As vítimas nos diziam detalhes da casa. Sabíamos que ela tinha uma clarabóia e uma lavanderia nos fundos. Sabíamos da região onde ficava o imóvel e fizemos um grande levantamento, inclusive com fotos aéreas do bairro, mas até então ainda não haviamos conseguido identificá-lo”, afirmou o delegado Paul Henry Verduraz, responsável pela Dise de São Bernardo.

A prisão de Gordinho, considerada cinematográfica, colocou fim a uma procura que já se estendia por mais de dois anos. Investigadores da DAS (Divisão Anti-Seqüestro) descobriram que o criminoso passaria a noite com sua namorada em um motel no Jabaquara, bairro na zona Sul de São Paulo. Com o prédio cercado, os policiais aguardaram os dois dormirem para invadirem o quarto e assim evitarem qualquer tentativa de fuga. Oito meses antes, o seqüestrador escapou por pouco de um cerco armado ao redor de uma casa onde estava em Itanhaém, na Baixada Santista.

Meses antes, Reginaldo Meira dos Santos, o Régis, havia sido preso na casa onde morava em São Paulo. Considerado braço direito de Gordinho, era dele a responsabilidade de vigiar a vítima no cativeiro. Com isso, Juraílton Campos Piedade, o Grilo, que completava a cúpula do bando, é o único que ainda permanece à solta. Informações sobre seu paradeiro podem ser repassadas para a polícia pelo Disque Denúncia pelo telefone 0800 156315. A identidade do informante é mantida sob sigilo.




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