A entrega de veículos da Volkswagen para as concessionárias do País foi normalizada ontem. Parte dos cegonheiros decidiu, no fim de maio, que iria paralisar os serviços para protestar contra a defasagem no valor do frete, que, segundo a categoria, chegava perto de 25%. Na quarta-feira, após assembleia, os motoristas aceitaram reajuste de 4%.

O vice-presidente do Sindicato Nacional dos Cegonheiros, Jaime Ferreira dos Santos, informa que os trabalhos foram retomados já na quarta-feira. Entretanto, o movimento de entregas voltou ao normal ontem. “Como a produção está baixa em razão da queda nas vendas, o estoque de veículos represados foi eliminado rapidamente.”

Ele ressalta que a paralisação dos motoristas foi voluntária, ou seja, que a entidade não organizou ou influenciou o movimento.

COMO FUNCIONA

A Volkswagen possui contrato de prestação de serviços com quatro grandes companhias de logística: Brazul, Transauto, Transzero e Tegma, que, por sua vez, repassam o frete a 3.600 pequenas e médias empresas, além de trabalhadores autônomos.

O reajuste de 4% foi aplicado pelas quatro transportadoras. Esse repasse foi possível após a Volkswagen aumentar o valor pago a elas. Santos espera que, com o valor economizado pela montadora e que foi possível graças à redução em 21 pontos percentuais da taxa de correção, a multinacional alemã ofereça vantagens aos clientes. “É preciso reaquecer as vendas de carros zero-quilômetro para que possamos ter trabalho”, comenta.

Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), a venda de veículos novos no País caiu 26,6% entre janeiro e maio ante o mesmo período do ano passado.