A mãe da adolescente Nayara Rodrigues da Silva, 15 anos, Andréa Araújo, reafirmou ontem que não pretende, por ora, pedir indenização para compensar a volta de sua filha ao cativeiro e o ferimento causado pelo tiro disparado por Lindemberg Alves ao fim do maior caso de cárcere privado do País. Também desmentiu que constituiu o advogado Ângelo Carbone Sobrinho para representar a família em processo futuro. "Não pensamos em indenização nenhuma. Quero minha vida de volta e a tranqüilidade de minha filha", disse.

Andréa disse que a família não tem do que reclamar da atuação policial. "A gente teve todo o apoio deles, fomos muito bem tratados. Só pensaremos em indenização se mais para frente for provado algo."

A informação de que haveria um processo contra o Estado pelos danos sofridos pela filha foi passada pelo advogado Ângelo Carbone Sobrinho, que se apresentou como advogado da família. Andréa desautorizou Carbone Sobrinho e disse que ele não é o advogado que a representa. A mãe de Nayara afirmou que aguardará as investigações para decidir se tomará uma atitude ou não.

Sentindo-se lesado pelas declarações de Andréa, Carbone Sobrinho explicou ontem que foi dispensado pela família após o depoimento de Nayara. "Pediria indenização se tivesse certeza que foi culpa da polícia. Depois do depoimento, não tive certeza disso."

Quanto à volta da menina ao cativeiro, Andréa disse que ainda não avaliou o que ocorreu. "Está tudo muito conturbado, não chegamos a sentar para conversar sobre tudo isso."

ROTINA
A mãe de Nayara disse que a rotina da família foi alterada após a tragédia e desde a alta médica da filha a família dorme cada dia na casa de um parente. "Nem para minha casa eu consigo ir. Cada dia estou na casa de um parente."