O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou nesta quinta-feira que vê poucas chances de obter "resultados concretos" na reunião da OMC (Organização Mundial do Comércio), que começa hoje e vai até domingo. "As possibilidades de chegarmos a resultados concretos são bastante escassas", lamentou.

O Brasil, líder do grupo de emergentes G-20, trabalha para que os países mais ricos eliminem os subsídios aos setor agrícola dentro das negociações para a liberalização mundial do comércio. "Tenho a impressão de que as divergências aumentaram entre os países negociadores desde a última reunião ministerial", em Hong Kong, em dezembro, onde em princípio os negociadores deviam ter concluído a Rodada de Doha.

O G-20 pediu nesta quinta-feira aos países industrializados que reduzam substancialmente suas tarifas alfandegárias e seus incentivos agrícolas para que os países em desenvolvimento possam aumentar suas exportações.

Amorim se encontrou na noite de quarta-feira com a representante americana do Comércio, Susan Schwab, e nesta quinta-feira com o comissário europeu da pasta, Peter Mandelson, que declarou que os europeus estão dispostos a se aproximar das posições do G-20.

Mais tarde, o ministro brasileiro deve se encontrar com o diretor da OMC, Pascal Lamy, e participar no Grupo G-6 dos principais atores da negociação (a União Européia, Estados Unidos, Japão, Brasil, Índia e Austrália).