Se você está lendo esta reportagem com atenção, neste exato momento estão rolando milhares de conexões frenéticas no seu cérebro. Tudo para que assimile para sempre esta informação. O todo-poderoso aí da sua cachola é incansável devorador de conhecimentos, experiências e aprendizados. É assim que ele se exercita.

"É superimportante e possível turbinar o cérebro", explica Silvia Bolognani, neuropsicóloga da Unifesp. Assim como a malhação no físico, é necessário treino para que venham os resultados. "O que a gente sabe é que ele funciona para aquilo que foi treinado. Para ajudá-lo, precisamos praticar as habilidades como organização, planejamento e atenção", garante.

Como fazer isso? Dedicar-se inteiramente ao que se propõe a fazer. Uma coisa de cada vez. Assim o cérebro tem tempo suficiente para registrar os dados. "Não basta levar os estímulos juntos. É como uma construção: cada experiência ou conhecimento é um tijolo a mais inserido em uma complexa rede já construída no cérebro. Para que cada tijolo seja colocado em seu lugar e fique firme ali, é preciso ter atenção na entrada da informação", compara a neurocientista Silvia Helena Cardoso.

E não é por falta de estímulo que o cérebro fica fraquinho. É falta de vontade de querer descobrir algo novo mesmo. Viajar, ouvir músicas, jogar, ler, brincar, aprender línguas, praticar esportes; tudo isso - entre outras coisas - ajuda o órgão a manter as conexões bem ativas.

É por isso que, sempre que pode, Alice Krauze, 14 anos, do Educandário Santo Antônio, em Santo André, dá um jeito de fazer algo diferente. Além de mandar bem nas matérias que usam números - é assídua participante das Olimpíadas de Matemática -, lê um livro atrás do outro, faz dança e já cursou inglês. "Gosto de estar sempre aprendendo e tiro dúvidas com o professor. Sei que vai ser importante no futuro", diz a menina, que quer ser advogada. "Adoraria fazer Leitura Dinâmica (para conseguir ler mais rápido)." Esta técnica, nada mais é, do que treinar o cérebro.