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Aidan sem os tucanos na mão

Diz o ditado que mais vale um pássaro na mão do que dois voando. No caso do ex-prefeito de Santo André Aidan Ravin (PSB), pela segunda vez seguida, ele viu apenas os pássaros voando

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
22/09/2015 | 07:00
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Diz o ditado que mais vale um pássaro na mão do que dois voando. No caso do ex-prefeito de Santo André Aidan Ravin (PSB), pela segunda vez seguida, ele viu apenas os pássaros voando. Em 2012, Aidan, então prefeito e candidato à reeleição, fez esforço enorme para contar com o PSDB em seu arco de aliados. Ele estava no PTB e, com auxílio de dirigentes locais, fez de tudo para impedir que tucanos lançassem candidatura própria com objetivo de engrossar sua busca pela reeleição. Tamanho esforço quase deu resultado: o então presidente do PSDB andreense, Ricardo Torres, decidiu apoiar Aidan – fato que afastou diversos filiados à ocasião – e lançou seu nome como vice na chapa governista. No dia seguinte, a ex-vereadora Dinah Zekcer bateu o pé, exigiu sua manutenção como vice-prefeita e afastou os tucanos. Restou a um constrangido Ricardo Torres ser vice de Raimundo Salles e a um mais constrangido Aidan pedir votos ao lado de Dinah. O resultado dessa combinação foi a vitória de Carlos Grana (PT). Agora, Aidan tinha certeza que o PSDB caminharia com seu projeto de retorno ao poder, desta vez pelo PSB. Ele garante que ouviu de lideranças do governo do Estado que os tucanos estariam em sua chapa. Mas, de novo, água no chope. PSDB decidiu refiliar o ex-vereador Paulinho Serra, então no PSD, para concorrer ao Paço. Ao socialista, restaram somente as penas.

Sondagem
Ex-prefeito de Mauá por três vezes, Oswaldo Dias (PT) foi sondado por dirigentes do Psol para mudar de partido e concorrer à Prefeitura em 2016. Há poucos meses, seu nome foi especulado no PSB, que tentava filiar a senadora Marta Suplicy, em litígio com o PT. Oswaldo negou a mudança à época. E, por ora, não sinaliza deixar o petismo.

FUABC é logo ali
Está quase certa a ida do ex-deputado federal Vanderlei Siraque (PT) para o comando da FUABC (Fundação do ABC), em vaga a ser indicada por Santo André no rodízio entre cidades. O objetivo do prefeito Carlos Grana (PT) é ter o PT unido em torno do projeto de reeleição – principalmente depois das baixas de Paulinho Serra e Raimundo Salles – e apoiar Siraque à FUABC seria o grande passo para isso.

Quase vereador
Por duas eleições consecutivas em Santo André, Ademir Pivetta contava que seria vereador. Conhecia muita gente e andava pela cidade ostentando chapelão de caubói. A campanha sempre foi tranquila para Pivetta. Por onde passava, tinha confirmação de mais um voto. Precisava apenas, então, esperar abrir as urnas e aguardar pelo diploma de vereador.
Mas tanto em 1976 quanto 1982, sobrou frustração. Pivetta era favorito, mas perdia. Ele nunca sabia explicar os motivos da derrota. Seria possível todos aqueles eleitores o traírem na hora do voto? Ele não achava possível. Então foi investigar. E, depois de algum tempo, chegou à conclusão.
Naquele tempo, o voto era manual. Ou seja, o cidadão assinalava, no papel, quem queria ver como seu representante no poder público. Ademir Pivetta era conhecido popularmente por Mimi. E seus conhecidos não eram dos mais abastados intelectualmente. Ao verem a lista de candidatos, não reconheciam que Pivetta e Mimi eram a mesma pessoa. Não titubeavam: rasuravam a ficha e escreviam que queriam ver Mimi como vereador. A Justiça Eleitoral também não titubeava em anular esses votos. E, assim, Pivetta – ou Mimi – ficou apenas com as histórias para contar. 




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