O teto da taxa de juros do crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS deve ser reduzido dos atuais 2,72% para 2,64% ainda nesta semana. Como as reduções acompanham a Selic, a taxa ainda pode cair mais 15% neste ano.

A portaria feita pelo Ministério da Previdência Social chegou a ser contestada no mercado financeiro. Dizia-se que os bancos iriam reduzir os prazos de financiamentos, prejudicando as classes baixas. Não é o que o Diário apurou; todos os entrevistados apóiam a redução da taxa de juros e acreditam que os prazos aumentarão.

“O banco capta a 0,95% de juros e empresta a 2,64%. É um bom negócio”, diz José Dutra Vieira Sobrinho, professor do Ibmec. “Sem dúvida é o crédito mais barato para os aposentados”, completa.

A redução na parcela a ser paga pelo cliente ainda é pequena, mas o efeito é maior no longo prazo. “Em 7 meses os juros desse consignado caíram de 2,95% para 2,64%”, conta Roberto Rigotto, diretor de consignação do banco Panamericano, que possui carteira de R$ 4 bilhões com 1 milhão de clientes para o crédito consignado.

Rigotto garante que o Panamericano não reduzirá os prazos de financiamento, e que o banco já faz operações com 72 meses para pagar. Como a inadimplência é baixíssima, em torno de 2,7%, a partir do terceiro trimestre o banco vai operar também com os trabalhadores do setor privado – por enquanto só tem convênio com órgãos públicos.

“O crescimento continua, embora menos veloz do que nos últimos anos. O consignado crescia a 35% ao ano, e está a 24%. Houve desaceleração. Agora, as taxas estão reduzindo e deve haver retomada durante um tempo”, diz Álvaro Musa, sócio-diretor da Partner Conhecimento. Ele aposta no consignado crescendo 20% ao ano.