Cultura & Lazer Titulo
Glenda Kozlovski cai no samba
Por Gabriela Germano
Da TV Press
02/02/2009 | 07:00
Compartilhar notícia
TV Globo/João Miguel Júnior


Glenda Kozlovski já cobriu os maiores eventos esportivos do planeta. Mas este ano ela estreia no comando de outro tipo de espetáculo grandioso: o Carnaval. Ao lado de Cléber Machado, a jornalista vai narrar em 2009 o Desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, tarefa cumprida por Maria Beltrão há sete anos. "Maria tem sido meu anjo da guarda e me dado vários toques", conta Glenda, sem esconder que está experimentando uma adrenalina nova. Quando recebeu o convite para a empreitada, ela confessa que hesitou em aceitar. "Achei que estavam ficando malucos", diz aos risos. Mas rapidamente ela resolveu encarar a passarela do samba profissionalmente. Antes Glenda só havia estado ali como foliã. "Estou estudando muito. São 13 horas de trabalho por dia, no mínimo. Mas estou adorando", pondera a jornalista.

É a primeira vez que você vai narrar o Carnaval do Rio de Janeiro. Apesar de trabalhar há 17 anos na televisão, essa estreia deixa você ansiosa?
GLENDA KOZLOVSKI - Muito. Posso comparar a ansiedade de narrar os desfiles à ansiedade de participar dos grandes eventos esportivos que já cobri, como as Olimpíadas ou uma Copa do Mundo. Mas a diferença é que agora é tudo novo para mim. O esporte é o meu mundo. Já estou acostumada com os nomes, conheço as histórias. Em relação ao Carnaval, não tenho vergonha de dizer, estou aprendendo. Não sou uma grande entendedora. Meu envolvimento com essa festa era de telespectadora e foliã. Já até desfilei várias vezes. Por isso estou trabalhando muito para fazer um bom trabalho.

Como tem sido a sua preparação?
GLENDA - Já fiz uma primeira visita a todas as escolas na Cidade do Samba, para me apresentar, conhecer os carnavalescos e me familiarizar. Agora estou lendo muito, matérias atuais e antigas sobre o Carnaval. Também estudo cada enredo, cada samba, porque há muita informação histórica para ser dada sobre cada carro alegórico, cada ala. Daqui para a frente vou passar a participar dos ensaios técnicos e visitar os barracões. É assim que a gente conhece o pessoal da bateria, da comunidade, descobre quem são os figurões desse universo e quem está envolvido nessa festa há mais de 30 anos. Também escuto conselhos do Marcos Uchôa e da Maria Beltrão, que por sete anos narrou o Carnaval. Não tenho vergonha de perguntar o óbvio porque para mim nada é óbvio. Fui pega de surpresa com esse convite. Aliás, tudo na minha vida acontece meio de surpresa. Minha entrada no jornalismo também foi assim.

Você queria ser atriz...
GLENDA - Eu queria até fazer Oficina de Atores da Globo, porque sonhava em ser atriz. Na época de atleta, quando fui tetracampeã mundial de bodyboard, eu dava muitas entrevistas e me saía bem. Cheguei a gravar alguns pilotos na Globo só que eu era muito nova, achava que não ia dar certo. Até que me convidaram para fazer entrevistas, era só uma vez por semana. Comecei com a primeira equipe do Sportv, em 1992. Na Globo estou desde 1996.

O fato de já ter sido atleta interfere de que forma no seu trabalho como jornalista esportiva?
GLENDA - Eu vivi emoções estando do lado de dentro do esporte e depois passei a viver olhando de fora. Sou muito emotiva, choro e vibro com as conquistas e derrotas que acompanho. A minha primeira Olimpíada foi em Sidney, em 2000. Foi sensacional porque já tinha morado na Austrália em 1988 e foi legal ver como o país tinha crescido. Chorei na abertura, durante os jogos e no encerramento. Agora, em Pequim, acompanhei muito de perto as meninas do futebol e o Diego Hipólito. No caso dele, eu o acompanhava desde janeiro semanalmente, para ver sua preparação. Quando ele caiu naquela final eu me arrebentei de chorar. Acho que por ter sido atleta, sei da importância daquele momento. De como é duro o treinamento do dia a dia. Ainda tenho na memória a lembrança do que é ouvir o seu hino vendo a bandeira do seu país ser levantada.

Além de guardar na memória os momentos de maior emoção, você se recorda também das maiores dificuldades em todos esses anos de cobertura esportiva? Já enfrentou muita saia-justa?
GLENDA - Eu já comecei com uma. Em minha primeira matéria para a Globo, fui fazer uma reportagem sobre a bola. Era final do Campeonato Carioca, Flamengo e Vasco no Maracanã. No intervalo eu estava no meio do campo e enquanto uma torcida me chamava de gostosa, a outra gritava piranha. Eu disse que ia desistir ali, mas estou aqui até hoje.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;