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Região 'exporta' pacientes com câncer
Por William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
18/09/2008 | 07:02
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O Grande ABC conta com 2,5 milhões de habitantes e está localizado em uma das regiões mais ricas do País. Porém, quem depende de tratamento radioterápico contra o câncer tem apenas um único equipamento em operação, instalado em um instituto particular, em Santo André. Mesmo assim, a máquina não é suficiente para atender à grande demanda.

Pacientes com câncer pélvico em profundidade (reto, próstata, útero e intestino, por exemplo) não podem ser atendidos porque o equipamento que tem sido utilizado (de telecobalto) não conta com a precisão necessária para, nestes casos, atacar apenas as células atingidas pela doença. Resta o atendimento a quem tem câncer de mama ou em estágios avançados (metástases). Fora isso, pacientes com mais de 90 kg (limite de operação do equipamento) também ficam impedidos de receber tratamento, como é o caso da corretora Hermir Avoleta Tavares.

O problema ganhou proporções em 27 de dezembro, quando um dos dois equipamentos existentes no Instituto de Radioterapia do ABC quebrou (o acelerador linear de partículas). Além de particulares e convênios, o local atende aos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) dos sete municípios da região, com gerenciamento da Prefeitura de Santo André, que recebe repasse de R$ 80 mil mensais do governo federal. Nove meses depois, o máximo que se conseguiu foram soluções paliativas, com o agendamento de sessões em unidades de tratamento da Capital, como o Hospital AC Camargo, na Liberdade. Mesmo assim, a fila para atendimento chegar a durar cinco meses.

No Grande ABC, a capacidade de atendimento foi prejudicada. Em média, apenas 80 pessoas conseguem realizar sessões diariamente, contra 200 que recebiam tratamento antes de a máquina apresentar avarias. Isso foi possível porque funcionários estenderam o horário de funcionamento até a 1h30 - anteriormente, funcionava apenas entre 8h e 17h.

O instituto trocou de administração em abril, tendo como novo proprietário Miguel Abrão Miziara Filho. A expectativa é de que em 70 dias a máquina quebrada volte a funcionar e aquela que está em operação receba nova fonte de cobalto. "As limitações devem acabar nos próximos dois meses", explica Marilsa Vicente Guarniari Gomes, que há 35 anos trabalha no instituto.




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