A Arábia Saudita recebe, nesta terça-feira, os chefes de Estado que participarão da reunião de cúpula cujo propósito é impulsionar a iniciativa de paz com Israel. A proposta foi feita pelos árabes há cinco anos, mas desde então permanece guardada na gaveta.

O encontro de cúpula anual da Liga Árabe será inaugurado na quarta-feira, um dia depois da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, ter pedido aos árabes que "se abrissem a Israel para mostrar que aceitaram seu lugar no Oriente Médio".

Ao contrário das reuniões anuais anteriores deste organismo, minadas por discórdias e ausência de resultados palpáveis, parece que esta reunião será dominada pelo consenso, apesar do boicote da Líbia.

Na segunda-feira, os ministros das Relações Exteriores da Liga Árabe decidiram por unanimidade submeter os chefes de Estado à iniciativa de paz da maneira como a mesma foi aprovada em 2002 durante a cúpula de Beirute, sem introduzir emendas.

Segundo esta proposta, elaborada a partir de uma iniciativa do rei Abdullah da Arábia Saudita, Israel teria direito à normalização de suas relações com os países árabes, que em troca deve se retirar dos territórios que ocupa desde 1967. O texto prevê ainda a criação de um Estado palestino e a solução da questão dos refugiados desse país.

Para favorecer o bom desenrolar do encontro, o governo saudita pressionou outros Estados e, em particular, o movimento islâmico Hamas - que integra o governo palestino de coalizão nacional - para convencê-los a apoiar a retomada da oferta de paz.