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Covid causa 15% das mortes na região

Dos 11.968 óbitos ocorridos em 2020, 1.794 foram vítimas do novo coronavírus; total de registros cresceu 7% em comparação ao ano passado

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
06/08/2020 | 23:30
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André Henriques/DGABC


Das 11.968 mortes registradas de janeiro até quarta-feira no Grande ABC, 1.794 (15%) foram causadas pelo novo coronavírus. Maior percentual é observado em Diadema, onde um quarto (344) dos 1.355 falecimentos registrados neste ano foi em razão da pandemia. Nas demais cidades, a proporção é de 16,9% em São Bernardo, 15,8% em Ribeirão Pires, 15,3% em Mauá, 13,8% em São Caetano, 11,7% em Rio Grande da Serra e 9,8% em Santo André.

No mesmo período do ano passado, a região contabilizou 11.217 mortes, ou seja, o total de falecimentos cresceu 6,7% na região. As altas foram em Rio Grande da Serra (46,5%), São Bernardo (17,3%), Diadema (9,8%), São Caetano (3%) e Santo André (1,7%). Os únicos municípios que tiveram redução nos óbitos entre 2019 e 2020 foram Mauá (-4,4%) e Ribeirão Pires (-1%). Os dados são do Portal de Transparência do Registro Civil e das prefeituras das sete cidades.

Conforme publicado pelo Diário há um mês, o avanço da Covid-19 já está pressionando a situação dos cemitérios do Grande ABC. Em Diadema, por exemplo, a Prefeitura chegou a aumentar em 500% as vagas para sepultamento após liberação de espaço por meio de exumações, ainda no início da pandemia. Contudo, a administração cogita contratar serviço de cremação caso a demanda siga crescendo.

Embora o número de mortes pela doença seja expressivo, duas questões podem ter influenciado na quantidade de óbitos no geral. Primeira é o fato de que, mesmo com a quarentena e ruas mais vazias, o número de pessoas que morreram em acidentes de trânsito se manteve estável no primeiro semestre em comparação ao mesmo período do ano passado – foram 94 vítimas nos seis primeiros meses do ano, sendo que 38 (40%) eram motociclistas. 

Na avaliação de Dirceu Rodrigues Alves Júnior, diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), isso ocorreu por causa do aumento na circulação de motocicletas no período, já que pessoas que perderam o emprego recorreram aos aplicativos de entrega que, por sua vez, viram a demanda crescer na quarentena.

Outro problema é que, de acordo com pesquisa da APM (Associação Paulista de Medicina), divulgada em julho, 59% dos profissionais da saúde observam agravo de outras doenças durante a pandemia, a exemplo de infarto, câncer, descompensação de doenças crônicas e psiquiátricas. Isso porque os pacientes deixaram de procurar ajuda médica por medo de ir a hospitais e consultórios e ser contaminado pelo coronavírus.

Inclusive, os portadores destas comorbidades fazem parte do grupo de risco da Covid-19, junto com os idosos. Vale lembrar que, nas sete cidades, 75% das vítimas fatais tinham mais de 60 anos e 80% tinham pelo menos uma doença preexistente. “Os pacientes com doenças crônicas precisam estar atentos e não descuidar da saúde”, reforçou Paulo Rezende, infectologista do Hospital Santa Ana, de São Caetano.

Grande ABC soma 610 casos e 17 óbitos

As prefeituras da região confirmaram ontem 610 novos casos e 17 mortes de Covid-19. Desta maneira, o Grande ABC acumula 44.750 diagnósticos e 1.811 vítimas fatais, além de 45.195 pacientes aguardando diagnóstico e 21.703 que já se recuperaram da doença.

Em São Bernardo, são 20.375 infectados e 641 óbitos, seguida por Santo André (12.291 casos e 391 mortes), Diadema (5.997 casos e 346 mortes), São Caetano (2.737 casos e 140 mortes), Mauá (2.216 casos e 216 mortes), Ribeirão Pires (785 casos e 60 mortes) e Rio Grande da Serra (349 casos e 17 mortes).

O governo do Estado registrou 13.405 novas contaminações pelo coronavírus, somando 598.670 testes positivos. Mais 339 falecimentos foram registrados, totalizando 24.448 vítimas da pandemia. A doença está presente em 642 dos 645 municípios de São Paulo.

Do total, 390.601 pessoas se recuperaram no Estado. O número de pacientes internados é de 13.080, sendo 7.524 em enfermaria e 5.556 em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). As taxas de ocupação dos leitos de emergência são de 58,2% na Grande São Paulo e 59,7% no Estado.

No Brasil, 53.139 infectados foram identificados em 24 horas, chegando ao total de 2.912.212 confirmações. Segundo o Ministério da Saúde, 97.256 brasileiros morreram em razão da Covid. Até o fechamento desta edição, 766.059 pacientes estavam em acompanhamento e o número de curados chegam a 2.047.660. 




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