Na reunião anterior, o Copom havia previsto um aumento bem menor para o combustível, de apenas 0,2%, e em dezembro ata previa que os preços cairiam 3,8% em 2003. Para as tarifas de energia elétrica, a entidade monetária estima um crescimento dos preços de 27,1%, menor que o anterior, de 30,3%. Quanto ao gás de cozinha, o Copom projeta uma alta anual de 6,4%, ante a estimativa de queda de 1,6% no mês passado.
Segundo a ata da reunião do Comitê - que já havia justificado a alta da Selic com os “sinais de resistência” verificados na queda da inflação – a manutenção, em 2003, da alta dos preços ocorrida em 2002, ainda contamina a inflação. Na ata, está escrito que “ a política monetária deve ser firme, de forma a eliminar o risco de mudança de patamar inflacionário”.
Sobre a decisão unânime pelo aumento da alíquota de recolhimento compulsório, o Copom afirma quer a medida tem como objetivo “contribuir para o recuo mais acentuado da inflação nos próximos meses e diversificar os instrumentos de política monetária”.
A ata do Copom reafirma ainda o que vem dizendo o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, desde o início do ano, que a “inflação acumulada em 12 meses permanecerá elevada nos três primeiros trimestres de 2003”. O “efeito estatístico” herdado do choque de preços dos últimos três meses de 2002 são os responsáveis pelo fato. Porém, o documento ressalta a importância de que a inflação, ao longo do ano, se manterá em queda.
Mais uma vez, os diretores do Comitê indicam que, com base no resultado do IPCA, o conjunto dos preços administrados por contrato deve aumentar 15,9% em 2003 e 8,7% em 2004. Em janeiro, a previsão era de subida de 14% e 8%, respectivamente. De acordo com a ata, foram justamente os preços administrados os responsáveis pela alta do índice (IPCA) de janeiro.
Os aumentos dos combustíveis e do transporte público são os principais responsáveis pela projeção de alta dos preços administrados em 2003. Com relação a 2004, a estimativa de alta se deve à “revisão das expectativas acerca do IGP-M, uma vez que o Copom supõe que todos os itens administrados e por contrato seguem os reajustes do IGP-M para aquele ano”.
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