Política Titulo Briga política
Terreno do Poupatempo não tem dono
Por Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
01/01/2012 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


A chegada do Poupatempo a Mauá é o centro de mais uma briga política entre o prefeito da cidade, Oswaldo Dias (PT), e a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), que disputarão o Paço na eleição de outubro. O petista afirma que o terreno na Avenida Washington Luís, disponibilizado pela Prefeitura em 2008 para o Estado erguer o equipamento, não possui titularidade, o que é confrontado pela parlamentar.

Há três anos, o governo de Leonel Damo (PMDB), pai de Vanessa, ofereceu a área, situada ao lado da Secretaria de Serviços Urbanos, para a construção do prédio. Mas o tempo passou e o trâmite não avançou, segundo Oswaldo, pelo terreno não pertencer à Prefeitura - no local operam o almoxarifado e o estacionamento da SSU.

Por conta do imbróglio e pela administração petista não encontrar local alternativo, a negociação para a instalação de uma unidade do Poupatempo em Mauá esfriou, apesar dos esforços de Vanessa na Assembleia - há duas semanas, assinou emenda de R$ 500 mil ao Orçamento do Estado para a elaboração do projeto executivo.

"O Poupatempo será muito bem-vindo, mas hoje não tem esta tratativa (com o governo estadual)", admite Oswaldo. "Lá (ao lado da SSU) não tem titularidade", informa, para ser rebatido por Vanessa. "O terreno é da Prefeitura, com certeza. Não há nada que bloqueie essa área."

Com o local descartado pela municipalidade, o segundo Poupatempo da região (nas sete cidades, apenas São Bernardo possui o equipamento) se torna um sonho cada vez mais distante.

O entrave frustra a expectativa de Vanessa, que na data da assinatura da emenda afirmou ter esperança de que as obras fossem concluídas até o fim deste ano. "Mauá ainda não tem um Poupatempo por incompetência e omissão do governo Oswaldo Dias", disparou.

 

IRONIA

Sobre Vanessa Damo declarar que tem a chegada do Poupatempo a Mauá como uma de suas bandeiras mesmo com a tramitação junto ao Estado travada, Oswaldo analisou que "as pessoas falam mais para fazer propaganda". "Política é assim mesmo: todo mundo fala. Ela já falou que o Viaduto Capuava é uma reivindicação dela, mas gostei da resposta do governador (Geraldo Alckmin - PSDB), que reconheceu que é um pleito de mais de 30 anos", comparou - a peemedebista completou 30 anos em julho.

 

Terra de ninguém, área é ocupada por flanelinhas

Ontem, a área que foi oferecida pelo ex-prefeito de Mauá Leonel Damo (PMDB) para receber o Poupatempo abrigava o estacionamento de uma feira livre. Estavam no local caminhões dos feirantes, carros dos consumidores e também maquinário pertencente à Secretaria de Serviços Urbanos.

Feirantes e munícipes confirmaram ao Diário que a feira acontece todos os sábados no local, sem supervisão de agentes de trânsito da Prefeitura. E que o Paço é detentor do terreno, contrariando a versão apresentada pelo prefeito Oswaldo Dias (PT), de que a municipalidade não possui a titularidade de posse da área.

O estacionamento improvisado para a feira livre contava também com flanelinhas. Tudo isso era feito sob olhares de alguns porteiros da SSU, que garantiram que o Executivo autorizara a parada de carros de passeio no espaço. "Pode estacionar, não vai ter multa. Está tudo certo com a Prefeitura", afirmou um deles, que não quis se identificar à reportagem.

Apesar do ‘aval' do Paço, segundo funcionários, não havia agentes de trânsito para orientar os consumidores da feira. Servidores da SSU, que trabalharam normalmente ontem, tiveram de esperar para retornarem para casa, já que havia carros bloqueando a passagem na entrada da sede da Pasta.

Os caminhões dos feirantes estavam no estacionamento da SSU, na Avenida Washington Luís. Ficaram ao lado de retroescavadeiras da secretaria, ônibus escolares adesivados com logos da administração Oswaldo Dias e automóveis de funcionários.

A Prefeitura de Mauá foi procurada pela equipe do Diário, mas não se manifestou sobre o caso. (Raphael Rocha)




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