O vestido preto, justo e sem mangas usado por Audrey Hepburn no filme Bonequinha de Luxo foi muito além de deixar a personagem Holly Golightly bem em cena: foi responsável por uma revolução no mundo da moda e fez do ‘pretinho básico’ um clássico em escala mundial. Esse tipo de influência é o foco do livro eletrônico (e-book) que a colunista Alexandra Farah acaba de lançar e que, tal qual um bom figurino, diz a que veio no título, 101 Filmes Para Quem Ama Moda, disponível no site www.amazon.com.br.

O interesse da jornalista por cinema é antigo. Entre 2003 e 2009, ela idealizou e organizou o festival de cinema FilmeFashion e deixa claro como vê a relação entre suas duas paixões. “A moda atualiza as produções e dá um espírito contemporâneo aos personagens. Por outro lado, o cinema democratiza a moda divulgando nos quatro cantos do mundo, sem contar com as premiações e tapetes vermelhos. Moda é desejo e cinema é sonho, portanto, uma união perfeita”, avalia o autora. Alexandra acredita que existe simbiose entre a influência da ficção no trabalho dos criadores de moda. E vice-versa. “Um não sobrevive sem o outro. O capítulo Grandes Estilistas (no livro) mostra o importante trabalho destes profissionais como figurinistas. Afinal, cinema e moda são duas indústrias que vivem de muito glamour”.

Além disso, o livro traz mais de 20 filmes nacionais e mostra que essa relação se repete aqui. “Temos figurinos inesquecíveis como em O Cangaceiro, Menino do Rio e Dona Flor e Seus Dois Maridos, além de filmes com figurino de Clodovil e Lino Villaventura”, observa a especialista, que lembra que a TV também é fonte geradora de modismos. “A partir dos anos 1960, a influência da TV na vestimenta do brasileiro é total e irrestrita. Com o look da Jovem Guarda e depois das telenovelas, o Brasil se unifica por meio de um look tendência – copiado e reproduzido de Norte a Sul. Dá pra citar vários exemplos. Caso mais recente é a bolsa Michael Kors usada pela personagem Carminha em Avenida Brasil”.