Antecipando balanço oficial da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), dados das montadoras de veículos do País apontam redução de 4,6% no emplacamento de automóveis no mês de outubro em relação a setembro. Foram 294.505 carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. O retorno gradual do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) pode ter sido o vilão responsável pelo recuo.

Apesar da redução, os números de outubro representam o terceiro maior volume mensal da história do setor, menor apenas que setembro (308,7 mil) e junho, com 300,2 mil veículos novos emplacados. No confronto com outubro de 2008, o número de unidades teve acréscimo de 23,1%.

No acumulado do ano, os licenciamentos somam 2.596.555 veículos, índice 6% maior em relação ao mesmo período do ano passado (2.448.037).

A disputa por mercado entre as montadoras continua acirrada. Em outubro, Fiat e Volkswagen disputaram palmo a palmo a liderança. No consolidado do ano, a marca italiana teve 23,52% de participação e a alemã, 23,36%. A General Motors, em terceiro lugar, ficou com 19,03% dos emplacamentos, enquanto a Ford, em quarto, obteve 10,37%.

REGIÃO - As concessionárias da região alegam não ter observado queda na comercialização de veículos. Para o gerente de vendas da Itavema, em Santo André, José Antônio Mussato, os números ainda estão positivos. "A retomada gradual do IPI não parece ter assustado os consumidores. Os estoques, ainda com desconto, também contribuíram para a manutenção das vendas. Nossa maior preocupação está focada em janeiro (quando o valor do imposto volta a ser integral). Mas até lá, sabemos que os clientes estão dispostos a comprar, ainda mais com a chegada do 13º salário", comenta.

O gerente afirma ainda que a comercialização de seminovos teve retomada. "Em outubro, vendemos cerca de 15% a mais do que em setembro. O mercado está se readaptando", destaca Mussato.

O vendedor da concessionária Agulhas Negras, especializada em carros de alto padrão, em São Caetano, Wilson Pedroso, diz que as vendas não foram comprometidas com o retorno do IPI. "Nossos clientes estão cada vez mais confiantes na retomada da economia e voltaram a investir em automóveis mais caros", destaca Pedroso.