Sindicato concentra mobilizações na tentativa de barrar restrição de direitos, mas perde data base
Ao concentrar as mobilizações contra mudanças no Estatuto dos Servidores, o Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema) deixa para trás a campanha salarial de 2017 e está prestes a fechar o ano com 0% de aumento de salário para o funcionalismo sem nem cogitar entrar em greve por conta do risco de defasagem das remunerações dos colaboradores.
Até o mês passado, o discurso do Sindema era que a negociação com o governo do prefeito Lauro Michels (PV) sobre reajuste salarial ainda não havia se esgotado, embora a data base da categoria seja março e, em setembro, já havia aceitado proposta do Paço em reajustar apenas os valores do vale-alimentação e o subsídio do convênio médico. O inchaço na folha de pagamento, que excedeu o limite da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), deu argumento para que o governo Lauro não propusesse aumento dos salários.
Desde o dia 10, porém, sob a ameaça de a lei que regulamenta os direitos e deveres dos funcionários públicos de Diadema sofrer mudanças que restringem o acesso a direitos históricos da categoria, o Sindema passou a priorizar a derrubada do projeto, que segue travado por falta de votos. No dia 26, a categoria entrou em estado de greve como forma de pressionar o governo a desistir das medidas. Presidente do Sindema, José Aparecido da Silva, o Neno, alertou que, “se houver cheiro” de que as mudanças no estatuto serão votadas na Câmara, o funcionalismo cruzará os braços automaticamente.
O dirigente sindical garantiu que, independentemente da pauta do estatuto, a campanha salarial segue de pé. “Nossa pauta principal é manter os direitos dos trabalhadores. A (reposição da) inflação é direito? É sim, mas estamos negociando ainda. A gente deve sentar com a Prefeitura independentemente da discussão do estatuto”, frisou Neno. A categoria chegou a reivindicar 8% de reajuste salarial neste ano, sendo 4,48% correspondente ao índice da inflação.
Em 2011, diante de uma proposta do então prefeito Mário Reali (PT) maior que a ofertada por Lauro neste ano, o Sindema deflagrou aquela que seria a maior greve da história da categoria na cidade. A paralisação durou 23 dias e, internamente, é considerada como uma das responsáveis pelo declínio do projeto de reeleição do governo petista.
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