Política Titulo Mauá
Adjunto do Nardini é demitido sem aval do superintendente

FUABC nega ser responsável pela dispensa de Carlos Henrique Okumura e acusa Paço

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
09/11/2017 | 07:00
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Em mais uma leva de demissões surpresas nos equipamentos de Saúde de Mauá, o superintendente adjunto do Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini, Carlos Henrique Okumura, foi demitido sem o aval do titular do equipamento, Vanderley da Silva Paula.

A demissão ocorreu no dia 1º, véspera do feriado de Finados, acompanhada de uma centena de exonerações de trabalhadores contratados pela FUABC (Fundação do ABC) que atuavam nas unidades de Saúde que formam o Cosam (Complexo de Saúde de Mauá), incluindo o Nardini.

Ao Diário, o próprio Vanderley, que já pediu demissão do cargo alegando ingerências na função, negou que tenha sido comunicado previamente sobre a demissão de seu adjunto.

Ele explicou que a saída de Okumura, assim como a dispensa de outros trabalhadores, já estava programada, mas ocorreria somente depois de acordada com antecedência com a presença dele próprio, do presidente da FUABC, Carlos Maciel, e do SindSaúde ABC (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Saúde do Grande ABC). “Houve um atropelo. A demissão do Okumura não foi surpresa. O que surpreendeu foi a forma como isso aconteceu”, criticou Vanderley, ao classificar o episódio como mais uma interferência na sua atuação à frente do principal equipamento hospitalar de Mauá.

Vanderley sustentou que as demissões já programadas, incluindo a do adjunto do Nardini, faziam parte da reestruturação do quadro de pessoal da Cosam, num processo que envolve o enxugamento do contrato do município com a FUABC, que já acumula dívidas que giram em torno de R$ 120 milhões – o Paço contesta esse valor.

Questionada, a FUABC também negou ter sido responsável pelas recentes demissões. A entidade alegou que tomou ciência “extraoficialmente” da demissão de 150 colaboradores no dia 1º. “A FUABC não foi informada até o momento sobre os motivos das demissões, de quem partiu essa ordem e nem sequer os nomes dos demitidos, que ainda não constam no sistema geral de Recursos Humanos”, contestou a Fundação, por meio de nota.

As novas demissões se somam a centenas de outras exonerações de funcionários que atuavam no Nardini e em UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de Mauá. O imbróglio, inclusive, envolve o não pagamento de direitos trabalhistas dos funcionários dispensados. Pelos números da FUABC, entre janeiro e outubro deste ano, o governo do prefeito Atila Jacomussi (PSB) “já promoveu 366 demissões e 270 admissões, sem o conhecimento da Fundação”.

A Prefeitura de Mauá não respondeu aos questionamentos do Diário. 




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