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Juros do cartao de crédito estao na mira do BC
Do Diário do Grande ABC
27/11/1999 | 13:35
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Os juros praticados pelos cartoes de crédito, considerados elevados pelo mercado, estao na mira do Banco Central, que já está desenvolvendo um amplo estudo para descobrir o que ocorre com eles. A informaçao é do diretor de Política Monetária do Banco Central, Luis Fernando Figueiredo. O estudo estará pronto ainda no primeiro trimestre de 2000 e terá o seu resultado divulgado pelo BC, anunciou o executivo.

Figueiredo disse que a decisao do Banco Central é tornar cada vez mais transparente as operaçoes financeiras no país. "Assim fizemos com as taxas de juros praticadas nos cheques especiais e em outros tipos de empréstimos", afirmou. "Isto serviu para reduzir um pouco as taxas de juros. Mostramos a importância do spread, a comissao dos bancos na composiçao de um empréstimo bancário. Os bancos também estao se esforçando para aumentar sua produtividade. Tudo isto ocorre porque há uma grande competiçao. A transparência e a competiçao trarao bons resultados, e os juros cairao".

O diretor de Política Monetária do Banco Central salientou que nao se pode dizer que as taxas de juros estao em níveis normais. "Ainda estao muito elevadas", destacou. "Mas, se os fundamentos da economia forem bem aplicados e se tiver mais credibilidade nisso no país, as taxas de juros cairao muito em dois anos. Ai sim se estará em um nível de juros praticados em países desenvolvidos".

Figueiredo lembrou que há também no país, o componente da inadimplência, mas que ela está realmente sendo reduzida no país. "As pessoas estao quitando seus compromissos ", afirmou. "O fato concreto é que a inadimplência está de fato em queda no país. As pessoas estao recebendo o 13. salário e estao pagando suas dívidas junto ao sistema financeiro. Isto estereliza os recursos. Também significa que nao há geraçao de inflaçao. Outro aspecto importante é que estamos elaborando o cadastro dos usuários do sistema, para ajudar na cessao de empréstimos. Vamos ter a característica dos emprestadores, facilitando decisoes sobre eles e sobre as taxas de juros que incidirao sobre seus empréstimos".

Segundo Figueiredo, nao foi adotada nenhuma medida em relaçao aos juros, por causa da inflaçao. "Mas os focos da inflaçao sao pontuais e estao caindo um a um. Por exemplo, a carne que chegou a ter a arroba em R$ 44,00, hoje já está em R$ 40,00. O preço do álcool que também subiu abusivamente, já está começando a cair. Como se vê os efeitos pontuais da inflaçao estao começando a ceder. Vamos ter uma reduçao da inflaçao, sem dúvida alguma". Ele lembrou que a próxima reuniao do Comitê de Política Monetária do Banco Central está marcado para 15 de dezembro próximo.




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