O governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), é o único do Grande ABC a manter, em 2014, contrato com uma das empreiteiras com presidentes ou diretores presos pela Operação Lava Jato, da PF (Polícia Federal), que investiga série de irregularidades em contratos da Petrobras.

Segundo Portal da Transparência da administração são-bernardense, a Construtora OAS recebeu, neste ano, R$ 30,3 milhões em contratos diretos e também do Consórcio Ribeirão dos Couros, que divide com a Emparsanco S/A para tocar obras de canalização e antienchente do Ribeirão dos Couros.

Na lista de pagamentos à OAS em 2014 estão pendências das construções do centro de desenvolvimento de handebol, do ginásio de atletismo, do CEU (Centro de Educação Unificado) na Vila São Pedro, do conjunto habitacional Jardim Esmeralda e de urbanização do Jardim Silvina.

A prisão de presidentes e diretores de empreiteira fez parte da sétima fase da Operação Lava Jato, que também deteve o ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque por suspeita de fraude em licitações da estatal. Contratos sob suspeita movimentaram R$ 59 bilhões em recursos públicos.

O mandatário da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, foi preso pela PF. Também estão na lista, com mandados expedidos, o presidente da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa. da Camargo Correa, e da Iesa Óleo e Gás, Valdir Carreiro.

Representantes de grandes empresas como Mendes Júnior, Engevix, Galvão Engenharia, UTC Engenharia e Odebrecht figuram no rol de procurados pela PF ou de detidos anteontem.

Os 36 investigados nessa fase da operação tiveram R$ 720 milhões em bens bloqueados. As suspeitas envolvem possíveis crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à lei de licitações e lavagem de dinheiro. (com Agências)