Economia Titulo Transporte
Futuro reserva soluções aos veículos
Por Wagner Oliveira
Especial para o Diário
30/11/2009 | 07:06
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Por ser uma região importante na produção da indústria automobilística, o Grande ABC precisa saber que o mundo está empenhado em soluções que vão mudar totalmente o automóvel e a forma como as pessoas circulam pelos grandes centros motorizadas. Os carros deverão ser, num espaço de 20 anos, mais leves, econômicos, silenciosos e seguros. Para isso, terão seu uso mais restrito em detrimento do transporte coletivo, que será ampliado e sofisticado. Isto não é uma solução para o Brasil, mas para o mundo, que sofre dos problemas iguais aos da região, São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro.

Um grande evento sobre uma mobilidade sustentável foi realizado nesta semana no Rio com a presença de inúmeros especialistas, prefeitos, autoridades e técnicos. O patrocínio é da Michelin, gigante francesa na produção de pneus que prepara para 2010 um dos maiores eventos sobre a sustentabilidade do planeta.

Antes de ser olímpico, o Rio já tinha sido eleita para abrigar o Challenge Bibendum, da Michelin. Só que a crise financeira mundial adiou o evento de 2009 para maio de 2010. Mas o descompasso, em vez de atrapalhar, ajudou na promoção do programa.

EVENTO
O Michelin Challenge Bibendum será o primeiro grande evento mundial a reunir atores que realmente podem tomar decisões para a redução de emissões de gases que causam aquecimento global, depois da reunião de chefes de Estado em Compenhague neste ano. A os debates do evento visam reduzir o consumo de energia dos veículos, fornecer a energia para transportes rodoviários, baixar as emissões de dióxido de carbono, diminuir a poluição sonora, o número de acidentes, melhorar o fluxo do trânsito e adptar os veículos aos usuários sem abandonar o prazer da liberdade da mobilidade rodoviária.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quarta-feira, no Rio, abriu um fórum preparatório ao Challenge Bibendum 2010. O seminário apontou exemplos de sucesso na América Latina de projetos sustentáveis para a mobilidade.
Lula criticou a falta de investimentos públicos no Brasil nas últimas décadas, levando às cidades um quadro insustentável de transportes, moradias, saneamento e segurança para a população de baixa renda.

Ele disse que seu governo tenta reparar injustiças com investimentos de R$ 106 bilhões nas cidades. Para ele, a letargia foi imposta pela política do "Estado mínimo".

O ministro das Cidades, Marcio Fortes de Almeida, afirmou que o presidente Lula vai anunciar ainda mais R$ 5 bilhões para projetos de transporte púbico nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo.

A Michelin deslocou de Paris para o Rio o seu presidente mundial, Michell Rollier, que esteve na capital fluminense para prestigiar o pré-Challenge. "O mundo precisa de soluções que melhorem a qualidade de vida das pessoas. A mobilidade não é só um problema da América Latina. Estamos empenhados na transformação", disse Rollier.

"O objetivo é encontrar caminhos que acelerem a adoção de novas tecnologias que garantam um nova era para o transporte", afirmou Patric Oliva, vice-presidente de sustentabilidade e desenvolvimento do Grupo Michelin.

O arquiteto e urbanista Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná, foi um dos debatedores convidados pela Michelin. Para ele, resolver o problema da mobilidade sustentável nas cidades é preciso mais atitude e menos discussão "Qualquer cidade do mundo pode melhorar a qualidade de vida em três anos, desde que tenha decisão política", destacou.

AGILIDADE
Lerner disse que o primeiro passo é definir uma estrutura de crescimento e propor soluções. "Não precisamos aguardar eventos específicos, como a Copa do Mundo", afirmou.

O presidente da ANTP (Agência Nacional de Transporte Público), Ailton Brasiliense, disse que o trânsito nas metrópoles se deve à falta de planejamento viário. "Mas temos saída se pararmos de errar. Temos que pensar em mobilidade além do transporte de passageiros", afirmou, lembrando que é importante implementar soluções hoje, mas de olho no futuro. "Mais de 80 milhões de pessoas deverão chegar às cidades nos próximos 30 anos", disse.

Sergio Besserman, presidente da Cadegom (Câmara Técnica de Desenvolvimento Sustentável e Governança Metropolitana da Prefeitura do Rio de Janeiro), disse que o Rio terá uma mudança radical, pois o mundo vai estar de olho na cidade em 2016, quando sediará os Jogos Olímpicos. "A marca Rio de Janeiro também é a mobilidade sustentável, baseada em trasnporte coletivo, ciclovias e investimentos na infraestrutura viária", afirmou.

A Michelin Pneus assumiu o projeto de transformação da mobilidade há 11 anos. O Challenge Bibendum vem reunindo montadoras e especialistas do setor de trasportes para informar os últimos avanços tecnológicos aos formadores de opinião sobre a sustentabilidade do transporte.




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