A montadora Toyota deverá transferir sua sede no Brasil de São Paulo para São Bernardo até o fim do primeiro semestre. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a informação foi passada pelo presidente da companhia no País, Koji Kondo, há poucos dias, em visita à entidade. Em resposta ao Diário, a empresa diz que realmente há estudos para a mudança.

Para o presidente do sindicato, Rafael Marques, a transferência sinaliza que a companhia dará mais atenção ainda a essa fábrica, que atualmente conta com 1.440 funcionários (é bem mais que em 2001, por exemplo, quando tinha só 350) e produz apenas autopeças: tem área de estamparia, forjaria e usinagem e fornece suspensão para a picape Hilux. Hoje, a empresa tem plantas fabris no País em Indaiatuba e em Sorocaba, ambas no interior de São Paulo. “Era a única (montadora) que não tinha presidentes na região; Volkswagen, Ford, Mercedes e Scania têm”, observa o dirigente sindical. Além disso, o executivo deverá vir com seu staff, ou seja, equipes de planejamento e de engenharia, acrescenta Marques.

O sindicato vai negociar para que a fabricante traga para o Grande ABC projeto de modelo para ser produzido nessa unidade. No entanto, a possibilidade de ter linha de montagem de carros nessa fábrica é pequena, por causa das limitações de espaço do local, avalia o diretor titular da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) no município, Hitoshi Hyodo. “Mas nada impede que se ache algum outro local na cidade”, afirma.

Mesmo que a vinda de novo modelo não ocorra, a intenção da companhia é tornar o País uma plataforma de exportação, o que daria mais impulso à fabricação dos carros (e de seus componentes) para atender o mercado externo. Atualmente, o foco da produção local são as vendas no Brasil e na Argentina. Outros países da América Latina são supridos por unidades da Toyota fabricados na Tailândia ou nos Estados Unidos.