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Metade da população está insatisfeita com a vida sexual

É o que mostra pesquisa divulgada ontem; maioria tem dificuldade em admitir problemas

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
22/01/2014 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Apesar de o sexo fazer parte da rotina da maior parte da população pelo menos uma vez por semana, metade dela (51%) não está satisfeita com a sua vida sexual. Isso é o que mostra pesquisa encomendada por fabricante de preservativos e divulgada ontem com o objetivo de traçar o perfil sexual do brasileiro.

Denominado Durex Global Sex Survey, o estudo leva em conta respostas de entrevistas feitas com 1.004 pessoas com idade entre 18 e 65 anos entre 2012 e 2013. A maior parte dos entrevistados (89%) declarou fazer parte de união estável há mais de um ano, sendo que 880 deles são heterossexuais.

Conforme explica a coordenadora do ProSex (Programa de Estudos em Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo), Carmita Abdo, a insatisfação está relacionada à dificuldade em admitir problemas sexuais, observada em 60% dos entrevistados (65% nos homens e 63% nas mulheres).

“Temos índice alto de dificuldades e, por isso, o fato de haver quantidade não está significando qualidade”, diz.

Entre os problemas mais comuns citados pelos homens entrevistados está a dificuldade de ereção, em 38% dos casos, e a ausência de libido para 62% dos entrevistados. Já entre as mulheres, há queixas em relação a dor durante o ato sexual (51%), falta de lubrificação necessária (26%) e falta de vontade de fazer sexo (32%).

Outro ponto relevante é que, enquanto 52% dos homens revelam sempre chegar ao orgasmo, apenas 22% das mulheres conseguem atingir o clímax sempre que têm relações sexuais, principalmente as com menos de 25 anos. “Para atingir o orgasmo, a mulher precisa estar bem, conhecer seu corpo e mostrar ao parceiro como gosta de ser acariciada. Às vezes, há dificuldade por parte do homem em manter preliminar longa para garantir a excitação feminina”, observa Carmita.

De acordo com o estudo, 82% da população faz sexo pelo menos uma vez por semana, sendo que para 49% dos entrevistados o ato faz parte da rotina mais de três vezes por semana. Para 36% dos brasileiros, a relação sexual dura de seis a 15 minutos, já 33% dedicam de 16 a 30 minutos ao sexo. Vale ressaltar que para 13%, o momento não dura mais do que cinco minutos.

Conexão

Chama atenção da especialista o fato de que sete em cada dez homens consideram fundamental a satisfação sexual da parceira, enquanto que apenas 53% das mulheres encaram o prazer ao parceiro como um dever. “Isso mostra mudança de paradigma após a revolução sexual feminina. O homem tem medo de deixar a desejar e a mulher está preocupada com o prazer conjunto”, destaca Carmita.

Diálogo é o melhor caminho para satisfação

Ao acompanhar a divulgação da pesquisa, os blogueiros Jaque Barbosa, 24 anos, e Eme Viegas, 31, mais conhecidos como o Casal Sem-Vergonha, destacaram que os dados podem ser encarados como alerta para que os brasileiros passem a se preocupar mais com a vida sexual. Para os namorados, que têm média de 2 milhões de visitas por mês em sua página na internet com dicas de comportamento sexual e relações pessoais, o diálogo é o melhor caminho para a satisfação.

“O homem não entende a dificuldade feminina em levar mais tempo para aquecer e as mulheres não dão um feedback sobre o que gostam na relação”, aponta Jaque. A dica do casal é propor diálogo sincero pelo período de dez minutos com enfoque no problema sexual. “Em 60% dos casos que a gente acompanha no nosso site ou por e-mails, percebemos que quanto mais você fala sobre o assunto, menos ele se torna incômodo”, observa Viegas.


Bem-estar

Investir na conversa para melhorar a vida sexual pode ser boa solução, tendo em vista os benefícios apontados pela população entrevistada na pesquisa. Para 72% das mulheres e 63% dos homens, há melhora no humor após o sexo, já 67% das mulheres e 59% dos homens acreditam na diminuição do estresse com a prática. Um quarto da população destacou ainda que se sente mais atraente após o ato sexual.

Quando o assunto é infidelidade, também há diferenças entre as percepções masculina e feminina. Para 91% delas, fazer sexo com outra pessoa configura traição. A proporção é menor entre eles: 78%.




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