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Cidades da região retomam aulas presenciais a partir de fevereiro

Decisão foi tomada de forma coletiva ontem depois de reunião no Consórcio Intermunicipal

Por Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
13/01/2021 | 08:56
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Nario Barbosa/DGABC


As aulas presenciais serão retomadas até o início de março na região. O cronograma foi definido em consenso pelos sete prefeitos durante assembleia extraordinária ontem no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, que determinou a volta dos estudos nas salas de aula para o dia 18 de fevereiro nas escolas particulares e 1º de março na rede pública.

A informação foi anunciada pelo presidente do colegiado e prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), durante coletiva de imprensa na sede do Consórcio. Segundo o tucano, para que as aulas ocorram de forma segura serão mantidos os protocolos exigidos na fase amarela do Plano São Paulo, que englobam controle de público – com no máximo 50% de ocupação –, sistema de rodízio, distanciamento físico e aplicação de todos os protocolos sanitários e de segurança, como uso de máscara de proteção e álcool gel.

Serra explicou que a retomada das aulas, porém, depende do cumprimento do cronograma de vacinação determinado pelo governo estadual, com início previsto para o dia 25 deste mês. O presidente do Consórcio garantiu ainda que, caso a data de início para aplicação das doses atrase, os prefeitos devem se reunir novamente para determinar os próximos passos e estipular outra data para volta presencial. “Dentro do cronograma estadual, iniciando a vacinação no dia 25 de janeiro, conseguiremos iniciar as aulas nos prazos determinados hoje (ontem)”, explicou Serra.

O prefeito andreense exaltou que o Grande ABC “está totalmente preparado para receber as doses e iniciar a aplicação da vacina”, e que as cidades estão “somente aguardando definição por parte dos governos estadual e federal”, lamentando a briga política em torno do tema. “Vamos seguir os planos estadual e nacional de imunização. Dependemos da quantidade de vacinas que vão vir (para o Grande ABC) e vamos seguir exatamente o protocolo estipulado”, afirmou o tucano, que espera que as cidades sejam municiadas com quantidade “satisfatória”.

O presidente do colegiado disse ainda que, por enquanto, não há intenção de comprar mais doses da vacina para a região. “Vamos aguardar a campanha. Temos de ter responsabilidade, já que ainda nem temos vacina (suficiente) disponível”, completou, avisando que, se houver a possibilidade de compra, a prioridade será a vacinação das pessoas que trabalham na área educacional. “Se houver vacinas disponíveis, se o mercado tiver outras imunizações aprovadas, aí sim podemos discutir a possibilidade de, através do Consórcio, adquirir doses extras, e com essas doses extras priorizaríamos a educação. Por enquanto ainda é tudo muito nebuloso”, finalizou o tucano.

MUDANÇA DE PLANOS
Mauá e Ribeirão Pires, que na semana passada haviam emitido decretos descartando o retorno das aulas presenciais neste momento, disseram que vão publicar novos decretos seguindo a decisão tomada ontem pelo colegiado.  

Efeito da vacina não deve ser sentido no retorno

Infectologista e professor do curso de medicina da Unicid (Universidade Cidade de São Paulo), Renato Grinbaum destaca que, mesmo que a vacinação comece dia 25 de janeiro, os efeitos da imunização não serão sentidos completamente até o retorno das aulas presenciais nas escolas particulares (18 de fevereiro) e públicas (1º de março), de acordo com o deliberado ontem pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. 

 “Este tempo (de 25 de janeiro a 1º março) não é suficiente, até porque a imunidade de rebanho não será atingida tão rapidamente”, garante o especialista. A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou na segunda-feira que a imunidade coletiva, quando há pessoas imunes suficientes para criar barreiras e impedir a disseminação do vírus, só aconteça de fato em 2022.

 Mesmo que não haja imediatamente a imunidade de rebanho, a tendência é que diminua a pressão sobre o sistema de saúde à medida em que as doses das vacinas forem aplicadas e os leitos da região possam atender de forma mais confortável a demanda que pode surgir com a reabertura das escolas, fechadas desde o início da pandemia, em março de 2020.

 Ainda não há previsão de imunização de crianças e adolescentes. Tanto a Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biontech em parceria com o Instituto Butantan, como a proteção da Universidade de Oxford, em parceria com o laboratório AstraZeneca, que aguardam autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencial no Brasil, não foram testadas neste público. 

 Grinbaum, porém, acredita que a questão é prioridade do governo. “Não creio que teremos problemas (de reações) com a vacinação de crianças. O problema é que não são prioridade no calendário proposto (pelos governos estadual e federal)”, criticou “Estamos vivendo momento de recrudescimento da epidemia. Mediante este cenário, o mais apropriado seria reavaliar as permissões de abertura que já foram dadas nos últimos meses e não ampliá-las”, reforçou o infectologista.




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