Economia Titulo Pandemia
Acordo garante renda a rodoviários da região

Classe e patrões negociam para manter empregos e salários em tempos de coronavírus

Por Flavia Kurotori
do Diário do Grande ABC
28/03/2020 | 00:04
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O sindicato representante dos rodoviários e a classe patronal firmaram acordo, ontem, para manutenção de emprego e renda durante a pandemia do novo coronavírus. A medida começou a ser negociada após anúncio, na segunda-feira, de redução na frota de ônibus urbanos – as linhas municipais das sete cidades irão operar com 50% dos veículos no horário de pico e 30% nos demais períodos, enquanto nos fins de semana vai a 30% no horário de pico e 15% no restante do dia. A medida aumentou a preocupação em relação aos postos de trabalho.

“Sabemos da situação do País e do mundo, e que ninguém esperava por isso (avanço da Covid-19), mas quem mais sente neste momento são os trabalhadores, que temem perder seus empregos e, consequentemente, sua fonte de renda”, afirmou Leandro Mendes, vice-presidente do Sintetra ABC (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Grande ABC). Atualmente, a categoria tem 12 mil trabalhadores na região, cujo piso salarial é de R$ 3.260.

Primeiro item do acordo é relacionado às férias, que podem ser antecipadas com pagamento até o quinto dia útil do mês seguinte ao início e o terço pode ser pago até dezembro, junto com o 13º salário. Além disso, garante o fornecimento de vale-alimentação em duas parcelas.

Em relação à suspensão do contrato de trabalho, foi definido que pode ser feita para os trabalhadores com mais de 60 anos e aqueles que pertencem ao grupo de alto risco, com pagamento de ajuda compensatória mensal, equivalente a 50% do salário, não podendo ser inferior a um salário mínimo, atualmente em R$ 1.045. Estes colaboradores também terão direito a 50% do vale-alimentação.

A minuta permite alteração do contrato de trabalho, reduzindo a jornada e o salário pela metade. E também altera a data do pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), que será depositada em seis parcelas entre julho e dezembro.

Por fim, o acordo obriga as empresas de ônibus a fornecer álcool gel ou similar para os trabalhadores, além de manter a limpeza dos veículos e banheiros dos terminais. “Nossa preocupação é com a saúde, mas não podemos deixar de pensar na questão econômica”, afirmou Mendes.

Vale destacar que todas as medidas – férias, suspensão e alteração do contrato de trabalho – garantem a preservação dos convênios médico e odontológico.

O sindicalista orienta que os trabalhadores se protejam, mantendo as mãos bem lavadas e evitem aglomerações, para que “possamos sair desta crise juntos, com saúde e o mínimo de perdas”.

REDUÇÃO DA FROTA
A discussão sobre a redução de ônibus municipais circulando no Grande ABC começou no dia 18, quando o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC determinou que o serviço fosse totalmente suspenso. Entretanto, após pressão e reunião com o governo do Estado, o colegiado voltou atrás e, na segunda-feira, decidiu manter as linhas na ativa, ainda que com frota reduzida a partir de amanhã. 




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