Política Titulo Fim de mordomias
Efeito Doria alcança as Câmaras do Grande ABC
Por Felipe Siqueira
Especial para o Diário
23/01/2017 | 06:49
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 O efeito João Doria (PSDB), prefeito de São Paulo eleito com discurso de antipolítico, de austeridade financeira e de fim de mordomias no poder público, começou a ganhar corpo entre os vereadores do Grande ABC. Apostando na popularidade do tucano – vitorioso no pleito de outubro ainda no primeiro turno –, parlamentares da região têm aberto mão de carros oficiais e celulares corporativos.
O discurso de todos que abdicaram dos benefícios é o mesmo: auxiliar as contas públicas em momentos de crise. Porém, o fato pode contribuir para imagem pública dos vereadores, conforme a cientista política Jaqueline Quaresemin, da Fespsp (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo). “Ações assim demonstram interesse, preocupação do Legislativo em contribuir com redução de custo.”
Em Diadema, os vereadores Revelino Teixeira, o Pretinho (DEM), e Marcos Michels (PSB) – presidente da Casa – anunciaram que não utilizarão o carro oficial e o celular corporativo. “Deixo isso como recomendação aos demais vereadores, uma sugestão, para que possamos enfrentar a crise juntos”, disse Marcos. O Volkswagen Bora, carro do presidente da Câmara, foi destinado à GCM (Guarda Civil Municipal). O Volkswagen Gol, disponível ao gabinete, foi destinado à Secretaria de Defesa Social. “É uma forma de colaborar com as finanças da Casa”, relatou Pretinho.
Curiosamente, na legislatura passada os vereadores diademenses aprovaram projeto que autorizava o reajuste nos próprios salários em 49% – passaria de R$ 10.192,10 para R$ 15.193,27, num impacto anual de R$ 1,26 milhão. Sob argumento de anos sem equiparação salarial, todos os 21 vereadores aprovaram o texto. Pressão popular fez com que houvesse recuo na decisão.
César Oliva (PR), vereador de São Caetano, anunciou a entrega de um Chevrolet Corsa Sedan, destinado para uso do parlamentar. De acordo com Oliva, por causa da devolução, vão ser economizados 160 litros de gasolina por mês, além de não ter gastos com manutenção e seguro. “Quero fazer uma política nova, trazer renovações para a cidade. (A medida visa) Atender clamor social por austeridade e responsabilidade com o dinheiro público”, justificou. Para ele, a medida do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), de anunciar a devolução de carros para locadora e entregar seis veículos para a GCM (Guarda Civil Metropolitana) da cidade, foi o que o fez tomar esta decisão.
Em São Caetano, o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) também devolveu 43 veículos alugados que atendiam aos secretários municipais.
Para Jaqueline, dinheiro público tem que ser bem gasto. Então, mesmo que o valor economizado não seja estratosférico, pode ser útil. “(Qualquer valor economizado) Pode ser investido em outra área”, ponderou a especialista.




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