Brickmann Titulo
De muitos faremos um

Henrique Dias e Felipe Camarão, um negro e um índio, se transformaram em heróis nacionais ao lutar contra os invasores holandeses.

Por Carlos Brickmann
17/11/2010 | 00:00
Compartilhar notícia


Henrique Dias e Felipe Camarão, um negro e um índio, se transformaram em heróis nacionais ao lutar contra os invasores holandeses. O judeu ucraniano Noel Nutels levou a saúde pública aos índios do Interior da Amazônia. O turco acriano Adib Jatene trouxe fama internacional à cirurgia cardíaca brasileira. E quem terá feito mais pela imagem do Brasil do que o Crioulo, o Craque-Café, o negro Pelé?

Sim, somos de muitas origens, somos todos brasileiros. Como diz o lema colocado por três dos patriarcas da Independência no Grande Selo americano, E pluribus unum - em tradução livre, é o título desta coluna. Nós deveríamos liderar, no mundo, os festejos pelo Dia Internacional da Tolerância, 16 de novembro.

E, no entanto, na véspera do Dia da Tolerância, vimos a intolerância em estado brutal. Cinco jovens de famílias bem-postas resolveram, sabe-se lá por que, agredir pessoas a quem consideraram homossexuais; agrediram quatro, ferindo-as gravemente com uma arma perigosa, lâmpadas fluorescentes - que machucam, cortam e envenenam. Um, maior de idade, sofrerá processo. E os outros?

Os outros devem achar que atacar homossexuais é, por algum motivo, engraçado. Tiveram sorte: não encontraram pela frente uma bicha brava, tipo Madame Satã. E, ao menosprezar os homossexuais, menosprezam a História brasileira, rica em homossexuais que se transformaram em figuras históricas, alguns apenas do Brasil, outros do mundo. Houve inventores, intelectuais, gente de coragem.

Se os intolerantes querem saber quem são eles, vão estudar, vagabundos!

Os pais da ideia

Os criadores do lema E pluribus unum, que simbolizou a união de treze Estados num só país, foram Thomas Jefferson, John Adams e Benjamin Franklin.

Na hora certa

Nesta sexta, a União Geral dos Trabalhadores, UGT, promove em Salvador o 2º Simpósio Nacional da Diversidade Humana. Durante dois dias, haverá debates sobre o Estatuto da Igualdade Racial, que entrou em vigor em 20 de outubro. Ainda dá tempo de participar: ligue para (71) 9140.6714, com Magno Lavigne.

Metralhadora amiga

Pipocam dossiês em torno da presidente eleita Dilma Rousseff. A cada companheiro-adversário afastado, o posto que se deseja fica mais próximo. O problema é que, quanto mais próximo do posto, mais na mira fica o candidato.

Um problema a menos

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse no Senado que é fácil corrigir as falhas do Enem. Será que ele vai sair do cargo tão facilmente assim?

O cordão aumenta mais

A entrevista do chanceler Celso Amorim a Eliane Cantanhêde, da Folha de S.Paulo, é antológica: Amorim, dando vivas a seus maiorais, comprova a perene atualidade da marchinha de Erastóstenes Frazão e Roberto Martins, sucesso do Carnaval de 1945. O chanceler começa, em francês, citando Edith Piaff, dizendo que em seus oito anos de cargo não cometeu erros: "je ne regrette rien" ("não me arrependo de nada"). Em seguida, já em português, dá vivas ao seu maioral: "Sempre digo que Pelé só teve um; igual a Lula não vai ter". Mas não se prendeu a elogiar o chefe passado, embora o considere o Pelé dos presidentes: elogiou também a nova presidente, que a seu ver "fará um Governo extraordinário". A respeito de Itamar Franco, de quem foi chanceler, não perdeu tempo em elogios. Celso Amorim tem certeza de que Itamar não vai voltar à Presidência.

Chega!

Com todo o respeito, o promotor Maurício Antônio Ribeiro Lopes está exagerando em sua luta contra Tiririca. O deputado federal eleito já leu e escreveu na frente do juiz (se leu ou escreveu melhor ou pior, é difícil defini-lo legalmente). Que tome posse, então. E que se torça para que aconteça o melhor. Nas últimas eleições, quem obteve o voto de protesto foi Clodovil. E é dele um dos melhores projetos que estão na Câmara, tão bom que Suas Excelências sentaram em cima dele e não o deixam tramitar: o que reduzia pela metade o número de parlamentares, derrubando dramaticamente o custo do Congresso sem qualquer prejuízo.

E se Tiririca não for um bom deputado? Sem problemas: primeiro, o Congresso está cheio de gente mais letrada que não funciona como parlamentar; segundo, o eleitor votou nele. Se não for bom, que vote melhor da próxima vez.

Dois expoentes

É uma união rara de dois grandes talentos: o músico João Luiz Woerdenbag Filho, por apelido Lobão, e o repórter (e também músico) Cláudio Tognolli. No sábado, lançam a biografia de Lobão, 50 anos a mil, às dez da noite de sábado, 27, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, SP. O lançamento também não é comum: será animado pela Banda Bomba Garay, de Tognolli e Luís Frias. Como se diria nos tempos em que Tognolli era o quinto Beatle do RPM, um happening.

Boa notícia

Sarney nega mais uma vez que queira se reeleger presidente do Senado.

Má notícia

Mas ele quer, sim.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;